Descubra quando não diversificar os investimentos pode ser uma boa opção

Com pouco dinheiro e pouca experiência, se concentrar num único tipo de aplicação pode ser uma forma de proteger o capital

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SÃO PAULO – O conceito de diversificação é usado no mercado financeiro como sinônimo de proteção ao risco do investidor. No mundo dos investimentos, diversificar significa distribuir seus recursos em aplicações diferentes e, desta forma, estar sujeito a perder de um lado, mas poder compensar de outro. É aquela velha história de não colocar todos os ovos numa mesma cesta.

Opondo-se a isso, Warren Buffet prega que: “diversificação é uma proteção contra a ignorância e não faz muito sentido para aqueles que sabem o que estão fazendo”. Se o maior investidor do mundo foge à regra, como ficam os “peixes pequenos”? Nesse caso, há razões ou momento adequado para NÃO diversificar? Os especialistas ouvidos pelo Portal InfoMoney afirmam que sim.

Basicamente, não desconcentrar os investimentos é uma boa pedida quando o investidor tem pouco dinheiro e pouca experiência, resume o educador financeiro Álvaro Mordenell. O também educador financeiro Mauro Calil concorda e acrescenta que, nesse caso, diversificar pode comprometer a rentabilidade, uma vez que as aplicações estão sujeitas à taxa de administração ou até mesmo ao custo de movimentar o capital.

Não perca a oportunidade!

“Quando o investidor está no início do processo de formação do patrimônio é melhor concentrar numa alternativa de renda fixa, até formar um volume de capital que gere outras oportunidades.”, aconselha Calil.

Ele acredita ainda que numa certa altura da vida, quando já se acumulou um grande patrimônio e não se pode assumir risco, não diversificar também pode ser uma opção. “O investidor migra para o capital para renda fixa e vive do rendimento do Tesouro Direto, por exemplo”, afirma.

Proteção de capital
Então, no caso do investidor iniciante, centralizar os investimentos significa falta de opção? O consultor financeiro da G9 Investimentos, Gustavo de Carvalho Chaves, acredita que não.

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Para ele, quando se tem um fluxo de caixa baixo ou um compromisso financeiro de médio e longo prazo, não diversificar pode ser uma manobra de proteção de capital. “O ideal é abrir mão de investimentos, que podem ter rentabilidade mais alta, mas que também podem ser menos seguros. Significa ser mais conservador e garantir a capacidade de caixa”, avalia.

É preciso diversificar
Ainda que em casos específicos não diversificar possa ser útil, os especialistas reconhecem a importância de descentralizar o capital na maior parte do processo de formação do patrimônio. Mas quando é recomendável começar?

Calil afirma que com R$ 5 mil já é possível diversificar os investimentos dentro de renda fixa, citando a tradicional carteira de poupança, o CDB e o Tesouro Direto. “Com essa quantia você até consegue fundos com taxa de investimento baixa, mas a diversificação não vai ser tão eficiente. A partir de R$ 35 mil, o investidor já começa a diversificar bem.”

Para Mordenell, o investidor precisa ter acumulado duas vezes o valor da sua renda mensal para começar a pensar em descentralizar os investimentos. Exemplificando: o investidor recebe R$ 3 mil por mês, então precisa ter R$ 6 mil disponíveis. “O valor precisa ser livre, ou seja, deve ser um dinheiro que o investidor não precisará nos próximos dois anos”, explica.

Mesmo assim, o Modernell ensina que, se o valor não for alto, o investidor deve se concentrar em dois tipos de investimento, escolhendo entre poupança, Tesouro Direto e ações (por meio de fundos de investimento). Mas o educador faz uma ressalva: se o investidor dispõe de menos de R$ 1 mil para cada ação, o investimento não vale a pena por conta dos custos.