Descontrole fiscal e crise política no Brasil são os maiores riscos no radar dos gestores

Nível de proteção das carteiras está acima da média histórica pelo quarto mês consecutivo, com 60% dos entrevistados esperando queda do PIB superior a 5%

Lucas Bombana

Plenário da Câmara dos Deputados (Foto: Beto Barata/Agência Senado)

SÃO PAULO – O risco de que a agenda extraordinária de combate ao coronavírus leve a um descontrole das contas públicas brasileiras após o fim da pandemia é a maior preocupação no radar de gestores, de acordo com a pesquisa “Latam Fund Manager”, divulgada nesta quarta-feira pelo Bank of America. Foram ouvidos 32 gestores da América Latina para o levantamento, entre os dias 11 e 15 de maio.

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Um desarranjo fiscal foi citado por 56% dos entrevistados como o maior risco no radar, seguido pela crise política, lembrada por 20% dos investidores.

No plano mais amplo, considerando gestores de toda a América Latina, o maior risco é o coronavírus, embora aparente ser uma preocupação em gradual redução. Uma parcela de 44% dos entrevistados citou o vírus, contra 77% no mês anterior. A alta do dólar e o preço das commodities ainda ganharam espaço no radar de aflições dos gestores.

Já em termos globais, uma segunda onda da Covid-19 foi o ponto mais lembrado, por 56% dos investidores.

As incertezas no horizonte fazem com que 38% dos investidores estejam adotando instrumentos de proteção para se prevenir contra uma forte realização dos mercados. O percentual está acima dos patamares históricos de 33% há quatro meses consecutivos.

PIB e Bolsa

A pesquisa do banco americano mostra também que 60% dos participantes esperam que a contração do Produto Interno Bruto (PIB) da economia brasileira ultrapasse a marca dos 5% – o BofA prevê queda de 7,7%.

Nesse cenário, 62% dos gestores acreditam que o Ibovespa terminará o ano acima dos 80 mil pontos, contra 76% no mês passado. Além disso, apenas 26% dos investidores disseram ter planos de aumentar a alocação em bolsa, o menor nível desde agosto de 2018.

O levantamento da instituição financeira aponta ainda que, apesar dos prognósticos em baixa para o PIB e a revisão da perspectiva de rating pela Fitch, 65% dos que responderam ao questionário esperam que o Brasil recupere o selo grau de investimento de bom pagador. Mas somente a partir de 2023.

Em relação ao câmbio, 28% dos entrevistados preveem que a cotação do dólar ultrapasse a marca dos R$ 5,90 até dezembro.

Apesar da depreciação cambial, apenas 25% dos investidores contam com um aumento da inflação, ainda que o percentual tenha mais que dobrado ante os 10% do mês anterior. Diante dos preços comportados, mais de 50% dos entrevistados acreditam que o Banco Central (BC) volte a cortar os juros, prevendo a taxa Selic no piso de 2,5%.

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