De Tony Stark a Forrest Gump: veja onde investem os bilionários da ficção

SÃO PAULO – Dezenas de bilhões de dólares. Na ficção, a riqueza dos personagens depende mais da criatividade dos roteiristas e escritores do que de alguma aptidão para os investimentos ou negócios. Ainda assim, cada um tem alguma história interessante por trás de tanto dinheiro, mesmo que fictícia.

A Forbes publica anualmente o ranking com os personagens de ficção mais ricos do mundo. Veja onde eles investem e saiba se a estratégia vale a pena para você:

Smaug (dragão do livro O Hobbit)
Patrimônio segundo a Forbes: US$ 62 bilhões
Onde investe – Ouro e pedras preciosas

Personagem do livro “O Hobbit”, o dragão Smaug figura no topo da lista da Forbes como o personagem de ficção mais rico do mundo, com nada menos do que US$ 62 bilhões em ouro e pedras preciosas, que ele saqueou de reinos vizinhos. O personagem dorme sobre toda a sua fortuna, para protegê-la.

O investimento
O investimento em ouro é considerado por muitos um “porto seguro” em casos de fortes crises mundiais, por ser um ativo “real”. Em caso do problema da dívida européia se agravar e culminar em uma ruptura do euro, portanto, o ouro poderia proporcionar um ganho duplo para o investidor.

“Ele pode ganhar tanto porque haveria uma corrida por um porto seguro lá fora, o que pressionaria a cotação do ouro para cima, quanto com a provável desvalorização do real que sempre é vista em momentos de agravamento de crises”, disse o gerente da Reserva Metais, Edson Magalhães, em entrevista recente ao portal InfoMoney.

Ao mesmo tempo, esta é uma aplicação de renda variável, e o investidor estará sujeito às oscilações da commodity no mercado internacional – ou seja, assim como se pode ganhar, também existe o risco de fortes perdas.

Patacôncio (rival do Tio Patinhas)
Patrimônio segundo a Forbes: US$ 51,9 bilhões
Onde investe – Mineração
Patacôncio é o principal adversário de Tio Patinhas, e fez fortuna no ramo da mineração. Na lista da Forbes, o pato figura na segunda colocação, com uma fortuna estimada em US$ 51,9 bilhões.

O investimento
Ser dono de uma mineradora não é para qualquer um, mas é possível se tornar sócio deste tipo de negócio comprando ações de mineradoras na bolsa de valores. No Brasil, por exemplo, a Vale é uma das companhias que tem maior volume de negociação na BM&FBovespa.

No entanto, o resultado da mineradora no segundo trimestre não agradou o mercado. De acordo com analistas, entre outros motivos , o cenário macroeconômico adverso teve impacto no preço do minério de ferro vendido pela empresa, contribuindo para o fraco desempenho no trimestre.

Mas para o longo prazo, os analistas do Deutche Bank mostram otimistas em relação ao desempenho dos papéis da mineradora, visto a reiteração de que o preço do minério de ferro deve ser relativamente sustentável em US$ 120/dmt (tonelada métrica seca). “Desta forma, o sentimento do mercado e do setor devem mostrar melhora a partir do mês de setembro, quando esperamos um crescimento maior do PIB (Produto Interno bruto) na Chinae volumes melhores para o níquel e cobre”, afirmaram.

Carlisle Cullen (vampiro de “O Crepúsculo”)
Patrimônio segundo a Forbes: US$ 36,3 bilhões
Onde investe – Renda Fixa
Carlisle Cullen, vampiro do filme “O Crepúsculo”, não revela seus investimentos, mas de acordo com a Forbes, a fortuna de US$ 36,3 bilhões foi conquistada com a força dos juros compostos durante séculos sobre as suas aplicações. Isso porque, apesar de não aparentar, o vampiro já tem 371 anos.

O investimento
A renda fixa é a categoria de investimento mais procurada pelos brasileiros e durante os últimos 20 anos foi também a mais rentável. Isto porque convivemos neste período com taxas de juros bastante elevadas, impulsionando a rentabilidade das aplicações indexadas aos juros básicos.

De acordo com um levantamento da consultoria Economatica, sem contar a inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), o CDI (Certificado de Depósito Interbancário, que serve como referência para diversas aplicações de renda fixa) rendeu 605% nos últimos 18 anos, bem mais do que o Ibovespa (principal índice da bolsa de valores de São Paulo), que desde 1994 acumulou elevação de 261,09% (até o final de junho).

Entretanto, com a Selic (taxa básica de juros) no seu menor nível histórico (atualmente em 8% ao ano), ganhar muito dinheiro com renda fixa está cada vez mais difícil. De acordo com especialistas, será preciso olhar para aplicações um pouco mais arriscadas para conseguir uma rentabilidade mais atrativa. “O investidor deve continuar na renda fixa para garantir liquidez, mas também diversificar com outros investimentos de maior risco”, disse o professor de finanças do Insper, Ricardo Rocha.

Jed Clampett (Família Buscapé)
Patrimônio segundo a Forbes: US$ 9,8 bilhões
Onde investe: Petróleo
O caipira Jed Clampett, patriarca da Família Buscapé, ficou bilionário com um golpe de sorte: encontrou poços de petróleo no quintal da sua casa. Assim, ele atualmente ocupa a 4º posição na lista da Forbes, com um patrimônio estimado em US$ 9,8 bilhões

O investimento
Encontrar um poço gigante de petróleo no quintal de casa é algo, no mínimo, muitíssimo improvável de acontecer. Por isso, enriquecer desta maneira pode ser descartado logo de cara. Entretanto, é possível investir no setor de petróleo por meio de ações negociadas na bolsa de valores.

No Brasil, as principais empresas do setor negociadas na BM&FBovespa são Petrobras e OGX, mas o setor não têm proporcionado ganhos ultimamente.

As ações ordinárias da Petrobras (PETR3) já recuaram 9,21% este ano (com base no fechamento do dia 1º de agosto), enquanto as preferenciais (PETR4) cederam 5,48%. Para o curto prazo, o analista-chefe da Coin Valores, Marco Aurélio Barbosa, acredita que as ações não devem ter um desempenho muito bom, por conta do encolhimento das margens de lucro. Para o longo prazo, no entanto, ele tem boas perspectivas. “A Petrobras só quebrará no longo prazo se o petróleo deixar de ser um bom negócio, o que eu não acredito que possa acontecer”, disse, em entrevista recente ao Portal infoMoney.

Já a OGX, do bilionário (este de verdade) Eike Batista, passou por um momento complicado este ano, depois de informar ao mercado que a produção inicial no campo de Tubarão Azul será muito abaixo do que se esperava. Desde o anúncio, na noite do dia 26 de julho, as ações da petrolífera (OGXP3) já perderam 31,18%.

Com isso, vários bancos e corretoras fizeram revisões nos preços-alvos das ações. Entre eles, o Bank of America Merrill Lynch reduziu o target de R$ 7,30 para R$ 5,00. Para os analistas Frank McGann e Conrado Vegner, há riscos de desenvolvimento mais lento dos ativos da companhia, após a revisão da capacidade dos poços.

Diante das perspectivas de queda para as ações, os analistas mantiveram a recomendação underperform (desempenho abaixo da média do mercado) dos papéis, acreditando que as expectativas do mercado para o crescimento futuro da empresa estão muito elevadas e as estimativas para os ativos parecem continuar sendo reduzidas.

Tony Stark (o Homem de Ferro – foto)
Patrimônio segundo a Forbes: US$ 9,3 bilhões
Onde investe – Segurança e defesa
O bilionário Toni Stark, que encarna o Homem de Ferro, é presidente das Indústrias Stark, especializada em armamentos e defesa. Na lista dos personagens mais ricos da Forbes, ele está na quinta colocação, com um patrimônio de US$ 9,3 bilhões.

O investimento
Você com certeza não vai adquirir uma empresa de armamentos ou defesa. Mas também é possível participar como sócio minoritário de companhias que atuam neste ramo, ganhando com a valorização das ações na bolsa.

No Brasil, por exemplo, pode-se comprar papéis da Forja Taurus (FJTA3), empresa que opera nos segmentos de Defesa e Seguranca (74% da receita liquida) e Metalurgia e Plasticos (26%). A companhia é um dos 3 maiores fabricantes de produtos de armas do mundo, com exportacoes para mais de 70 paises. Este ano, as ações preferenciais da Forjas Taurus registraram valorização de 79% (até o último dia 30 de julho).

Entretanto, as ações têm baixa liquidez na bolsa pouca cobertura de analistas, o que dificulta o investimento. Para quem pretende comprar, recomenda-se uma boa análise do balanço da companhia.

Forrest Gump (O Contador de Histórias)
Patrimônio segundo a Forbes: US$ 5,7 bilhões
Onde investe – Ações da Apple
Forrest Gump, do filme Forrest Gump, o Contador de Histórias, aparece na nona colocação da lista da Forbes, com um patrimônio estimado em US$ 5,7 bilhões. A origem de tanto dinheiro? Ele adquiriu 0,5% do capital da empresa de tecnologia Apple na sua abertura de capital, em 1980. Com o crescimento da companhia, o contador de histórias se tornou um dos personagens mais ricos da história da ficção.

O investimento
As ações da Apple são negociadas na Nasdaq, em Nova York. Para investir diretamente nestes papeis, o investidor precisa abrir uma conta em um banco nos Estados Unidos, o que não é tão simples assim.

Outra maneira mais fácil de operar com ações de empresas internacionais é por meio dos fundos que investem em BDRs Nível 1 não patrocinados (Brazilian Deposit Receipts – recibos de ações de empresas estrangeiras negociadas na bolsa brasileira).

Desde 2010, as BDRs da Apple podem ser compradas na BM&FBovespa, mas apenas por investidores institucionais.

Mr. Monopoly
Patrimônio segundo a Forbes: US$ 2,5 bilhões
Onde investe – Imóveis
Lenda dos investimentos em imóveis da ficção, Mr. Monopoly dá nome ao jogo que ficou conhecido no brasil nos anos 80 e 90 como “Banco Imobiliário”. A sua fortuna de US$ 2,5 bilhões foi atingida com a aquisição de imóveis ao longo de toda a sua vida e garantiu ao simpático velhinho a décima colocação no ranking de personagens mais ricos de 2012 da Forbes.

O investimento
Investir em imóveis sempre foi uma tradição entre os brasileiros. Para muitos, a preferência é um claro reflexo da época em que a inflação corroia os preços rapidamente e era preciso preservar o patrimônio de alguma maneira.

Mesmo com a inflação controlada, ainda hoje, o brasileiro vê nos imóveis uma boa maneira de acumular patrimônio e de ter uma rentabilidade garantida por meio de aluguel.

Nos últimos anos, os imóveis valorizaram muito por aqui. De acordo com o índice FipeZap, de agosto de 2010 até junho de 2012 (menos de dois anos, portanto), o preço avançou quase 50%. Entretanto, alguns especialistas apontam que essa valorização pode estar próxima do fim e há uma tendência de estagnação dos preços, e até recuo, dependendo da região.