Dahlia: Estrangeiro começou a chegar na Bolsa, mas “manada ainda está por vir”

Em carta mensal, gestora aponta que fluxo estrangeiro na B3 já começou, mas ainda há espaço relevante para entrada de capital

Paulo Barros

Publicidade

Em sua carta mensal divulgada nesta semana, a gestora Dahlia comparou o atual cenário da bolsa brasileira à emblemática travessia dos gnus nas planícies do Serengeti. “Parece que um grupo de gnus se moveu para pastagens mais verdes. Mas a manada ainda está por vir”, escreveu a casa, em referência à recente movimentação de investidores estrangeiros na B3.

A metáfora ilustra a tese central da carta: apesar de sinais recentes de retomada no apetite por ativos brasileiros, o fluxo de capital estrangeiro segue distante de seus níveis históricos e pode ainda ganhar tração nos próximos meses.

Leia mais: Verde, de Stuhlberger, volta a ter exposição na B3

Não perca a oportunidade!

O Ibovespa somou alta de 15,4% no primeiro semestre, seu melhor desempenho em nove anos, com aporte líquido de R$ 25,3 bilhões por investidores estrangeiros. Em junho, esses aportes atingiram R$ 26,9 bilhões, maior saldo desde o segundo semestre de 2023.

Analistas da XP observam que junho foi o segundo mês consecutivo com forte entrada de capital, com R$ 4,1 bilhões apenas no penúltimo pregão. A avaliação é que o movimento global de rotação, com capital saindo dos EUA, favoreceu o Brasil, atraído por valuations mais atrativos.

Segundo a Dahlia, investidores estrangeiros detêm hoje cerca de US$ 420 bilhões em ações brasileiras listadas, valor historicamente baixo em termos reais. Isso representa menos de 0,5% do valor de mercado global, enquanto o Brasil responde por cerca de 2% do PIB mundial. Para a gestora, o dado evidencia o espaço potencial de realocação para a bolsa local.

Continua depois da publicidade

A casa também destaca um estudo do Morgan Stanley que projeta uma entrada adicional de até US$ 40 bilhões no Brasil, caso a alocação global para mercados emergentes retorne à média histórica. “Monitorar o posicionamento nos ajuda a antecipar desequilíbrios e identificar assimetrias”, afirma.

No portfólio, a gestora segue otimista com o mercado local. O fundo Dahlia Ações está 95% comprado em bolsa brasileira, e acumula alta de 26,95% no ano, contra 15,86% do Ibovespa.

Paulo Barros

Jornalista, editor de Hard News no InfoMoney. Escreve principalmente sobre economia e investimentos, além de internacional (correspondente baseado em Lisboa)