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Em sua carta mensal divulgada nesta semana, a gestora Dahlia comparou o atual cenário da bolsa brasileira à emblemática travessia dos gnus nas planícies do Serengeti. “Parece que um grupo de gnus se moveu para pastagens mais verdes. Mas a manada ainda está por vir”, escreveu a casa, em referência à recente movimentação de investidores estrangeiros na B3.
A metáfora ilustra a tese central da carta: apesar de sinais recentes de retomada no apetite por ativos brasileiros, o fluxo de capital estrangeiro segue distante de seus níveis históricos e pode ainda ganhar tração nos próximos meses.
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O Ibovespa somou alta de 15,4% no primeiro semestre, seu melhor desempenho em nove anos, com aporte líquido de R$ 25,3 bilhões por investidores estrangeiros. Em junho, esses aportes atingiram R$ 26,9 bilhões, maior saldo desde o segundo semestre de 2023.
Analistas da XP observam que junho foi o segundo mês consecutivo com forte entrada de capital, com R$ 4,1 bilhões apenas no penúltimo pregão. A avaliação é que o movimento global de rotação, com capital saindo dos EUA, favoreceu o Brasil, atraído por valuations mais atrativos.
Segundo a Dahlia, investidores estrangeiros detêm hoje cerca de US$ 420 bilhões em ações brasileiras listadas, valor historicamente baixo em termos reais. Isso representa menos de 0,5% do valor de mercado global, enquanto o Brasil responde por cerca de 2% do PIB mundial. Para a gestora, o dado evidencia o espaço potencial de realocação para a bolsa local.
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A casa também destaca um estudo do Morgan Stanley que projeta uma entrada adicional de até US$ 40 bilhões no Brasil, caso a alocação global para mercados emergentes retorne à média histórica. “Monitorar o posicionamento nos ajuda a antecipar desequilíbrios e identificar assimetrias”, afirma.
No portfólio, a gestora segue otimista com o mercado local. O fundo Dahlia Ações está 95% comprado em bolsa brasileira, e acumula alta de 26,95% no ano, contra 15,86% do Ibovespa.