Dá para ganhar dinheiro e melhorar a sociedade ao mesmo tempo? Eis o propósito da EB Capital, gestora de R$ 3,5 bilhões

Sócia da gestora Luciana Ribeiro explica como capturar oportunidades nas lacunas estruturais do País e convida as mulheres para o mercado financeiro

Clara Sodré

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Encontrar oportunidades em meio a verdadeiros problemas estruturais exige estudo, pesquisa, experiência e uma boa dose de propósito. Para Luciana Ribeiro, sócia e co-fundadora da gestora de private equity EB Capital, o segredo está em trazer escala e excelência a empresas que já identificaram essas lacunas, com objetivo de acelerar o processo de transformação pelo qual a sociedade passa.

E foi visando capturar oportunidades nesse processo transformacional que a EB Capital foi fundada em 2017. Desde então, tem atuado com excelência nesse sentido, com um pouco mais de R$3,5 bilhões sob gestão.

Luciana foi entrevistada no episódio 52 do podcast Outliers, apresentado por Samuel Ponsoni, gestor de fundos da família Selection na XP, e Carol Oliveira, coordenadora de análise de fundos da XP.

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Além da Luciana, a EB reúne em seu quadro societário grandes nomes como Pedro Parente e Eduardo Sirotsky, executivos com passagens por grandes empresas como RBS e BRF. Um time robusto, que possui ampla experiência na chamada “economia real” – termo utilizado para se referir a atuação profissional fora do mercado financeiro e de capitais.

No decorrer do episódio, Luciana destaca que essa experiência no que ela chama de “execução” é um grande diferencial da EB, já que a gestora atua não apenas na disponibilização de recursos, mas realiza um trabalho de trazer um maior suporte estrutural, propondo melhorias de metodologias de gestão e traçando planejamentos prioritários de projetos, em resumo, trabalhando no dia a dia da gestão da empresa.

“Não tem milagre aqui, não é comprar para fazer trade, não! É de fato ajudar as empresas a escalar aquilo que estão fazendo maravilhosamente bem”, diz.

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Luciana explicou que dentro da sua abrangência de atuação, a EB tem um foco muito relevante em private equity, mas também atua no segmento de infraestrutura – em empresas com tamanho e operações similares às de private equity – além de atuar fortemente nas temáticas de transição verde e educação.

Segundo ela, ao todo são três pilares essenciais analisados nas investidas: a possibilidade de crescimento rápido, de maneira sustentável e escalável e, por fim, que gere valor para todos os envolvidos.

Processos focados no propósito

Considerando o propósito da gestora, a visão de que o mundo está caminhando para um olhar verde e social leva os gestores a buscar as oportunidades analisando problemas, identificando primeiro o “gap estrutural” e depois verificando se existem empresas que podem promover soluções e gerar retornos. A partir disso, após identificação da oportunidade e viabilidade, forma-se o fundo e levanta-se o capital.

Acerca do modelo de atuação, Luciana reforça que já existiram casos em que a gestora identificou o segmento e achou a oportunidade, porém não existia maturidade estrutural das empresas – o que inviabilizou a construção de fundos para investir. Ela ainda reforça a demora do processo de análise, relatando que o fundo Futuro Sustentável, sob sua gestão, demorou dois anos para ser montado.

“Não é ESG, ESG é processo. Estamos falando de oportunidade de negócio”, diz.

Luciana reforça as diferenças entre o processo ESG e a “agenda verde”, sendo o primeiro essencial para o que ela acredita ser o “modelo de negócio do futuro”. Logo, pede que as empresas se adequem ao processo. A agenda verde, por sua vez, trata das oportunidades de negócio que essa transformação gera, sendo exatamente nesse ponto que a EB Capital atua.

É difícil contratar mulheres

O tema da equidade de gênero avança em todo mundo, e não é à toa. É uma agenda que faz parte da letra “S” da sigla ESG (atenção aos aspectos ambientais, sociais e de governança dos negócios), que não poderia faltar nesse episódio. Luciana reforçou a importância da presença feminina para impulsionar e encorajar novas gerações a se conectarem com o mundo corporativo.

“Acho que o setor financeiro perdeu o brilho para muitas mulheres. As mulheres não querem entrar no setor porque ainda consideram que é um setor duro, muito machista”, diz.

Luciana ainda comenta que esses desafios precisam ser trabalhados de perto, e que o que funcionou para que ela não perdesse o brilho foi “ser ela mesma”, característica geracional. Ela pontua que por muito tempo as mulheres necessitavam abdicar suas vidas, se masculinizar e se limitar para “caber” em determinados espaços. Hoje, ela enxerga muitos avanços nesse sentido, citando grupos de mulheres em redes sociais como importante rede de conexão de quem não perdeu sua perspectiva feminina para entrar no mercado financeiro.

“A beleza da diversidade é ser diverso”, diz, convidando as mulheres para ingressarem no mercado financeiro, trazendo sua verdadeira essência e sendo agentes transformacionais da sociedade. “Venham com sua naturalidade, suas características”.

A entrevista completa e os episódios anteriores podem ser conferidos por SpotifyDeezerSpreakerApple e demais agregadores de podcasts. Além disso, o podcast estreou no formato de vídeo no canal da XP no Youtube.