Custos não impedem mais que investidores ingressem no mercado de ações

Para gerente do INI, Paulo Portinho, o custo para operar hoje no mercado de ações é viável, o que não ocorria anos atrás

Flávia Furlan Nunes

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SÃO PAULO – Há alguns anos, quando pensava em investimentos, a analista ambiental Gizella Scarso Otvos, 25 anos, tinha a impressão de que os custos eram altos, ainda mais para ela que estava iniciando sua carreira e ocupava cargos de estágio.

“Eu achava que poderia ser caro investir o meu dinheiro”, afirmou ela, que ainda era estudante universitária quando ficou sabendo, por meio de um amigo, que existia uma corretora oferecendo custos baixos e que permitia a aplicação de pequenas quantias.

Foi então que ela começou a poupar parte do seu salário e, quando juntou R$ 1 mil, aderiu à corretora indicada pelo amigo. “Depois que eu investi, teve todo o acontecimento de 2008 e eu perdi mais do que a metade, fiquei com R$ 400. Demorou para recuperar”, contou ela.

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E, após toda essa história de ganhar e perder, Gizella disse que tem uma impressão diferente hoje dos custos do mercado, de que eles são acessíveis.

Viabilidade
De acordo com o gerente do INI (Instituto Nacional de Investidores), Paulo Portinho, o custo para operar hoje no mercado de ações é viável, o que não acontecia anos atrás.

“A questão de custo não é impeditivo para investir”, disse ele, que aponta ainda que não adianta o investidor esperar que os custos diminuam ao longo dos próximos anos. “O mercado já é agressivo porque ele é pequeno”, comentou.

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Isso porque existe uma guerra entre as corretoras por conquistar mercado e quem ganha em meio a isso é o próprio investidor. Um exemplo é que algumas delas simplesmente não cobram a taxa de custódia de seus clientes. Em relação à corretagem, ele disse que elas variam dependendo da estratégia comercial de cada corretora.

“Você tem corretora que cobra desde um serviço premium à que oferece o mínimo, o básico. A que vende serviço cobra caro”, afirmou Portinho.

Novos investidores
A BM&F Bovespa tem a meta de atingir 5 milhões de pessoas físicas na bolsa até 2015, mas o ritmo de novos entrantes é pequeno. No ano passado, foram mais 63 mil aplicadores de varejo, fazendo com que eles chegassem a 615 mil no final do ano.

Entre os interessados em fazer parte do grupo de brasileiros na bolsa, os custos têm sido considerados na hora de escolher a corretora.

A bancária Adriana Lopes da Silva, 33 anos, ainda não investe, mas tem interesse em partir para o mercado acionário e, para tanto, está, por enquanto, fazendo cursos sobre o tema. “Quero estudar para aplicar em ações”, afirmou ela.

Depois de fazer os cursos, ela deve ir em busca de uma corretora para investir. Nesta hora, pedirá indicação de pessoas conhecidas. E, dependendo do valor cobrado entre as corretoras pesquisadas, ela deixa bem claro: “Se for muita diferença, vou na mais barata”.