Credit mantém recomendação de Petrobras; “Nova diretoria não cria nova companhia”

Os analistas afirmam que ainda há uma série de questões para a companhia resolver

Leonardo Pires Uller

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SÃO PAULO – Uma nova diretoria não faz da Petrobras uma nova companhia, atesta o Credit Suisse. Em relatório de 4 de fevereiro, a instituição financeira manteve sua recomendação neutra para os ADR (American Depositary Receipts) e destaca a vontade dos investidores de entrar no papel esperando que o novo comando signifique uma nova companhia, com resolução mais rápida dos balanços auditados, melhor governança e melhor performance financeira e operacional.

Contudo, apesar da forte queda das ações nos últimos meses, os analistas relatam que não é certo que a nova direção aceleraria os resultados auditados e, mais importante que isso, a maior parte dos elementos na equação de fluxo de caixa da companhia não vão mudar com novos diretores.

Para o Credit Suisse, 2016 será um ano mais complicado do que 2015 para a empresa. A Petrobras começará com ano com US$ 8 bilhões em caixa, o mínimo necessário para tocar o negócio e as operações e geração de caixa não vão melhorar materialmente no ano que vem independentemente da direção.

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Além disso, a equipe de análise ainda destaca que o pagamento de dívida da companhia ficará maior em 2016, com uma amortização necessária de US$ 12 bilhões, contra US$ 7 bilhões nesse ano. E ainda há um buraco de fluxo de caixa de US$ 20 bilhões que precisa ser coberto com significativos cortes nos investimentos, desinvestimentos ou a adição de mais capital, seja por meio de empréstimos ou emissão de ações.

O Credit Suisse afirma que várias questões ainda ficam pendentes: uma mudança na gestão vai acelerar ou atrasar os balanços auditados? A nova diretoria vai ter liberdade para cortar e desinvestir o quanto for necessário? Quanto dos investimentos pode ser cortado sem prejudicar o crescimento da produção?