CONTEÚDO DO LEITOR: Como o tempo joga a favor das boas empresas na Bolsa

Confira o texto do estudante de economia João Arthur Almeida, de 20 anos, Estudante de Economia pela UFPE, Profissional aprovado CPA-20 e Investidor.

Equipe InfoMoney

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Autor:João Arthur Almeida, 20 anos, Estudante de Economia pela UFPE, Profissional aprovado CPA-20 e Investidor.

No universo dos investimentos o foco é quase sempre na valorização dos ativos. Porém, às vezes um tema crucial é deixado de lado, a segurança do capital investido.

Se uma ação perder 95% de seu valor, quanto ela terá que se valorizar para voltar ao patamar anterior? A resposta correta não é 95% como os mais familiarizados com a matemática financeira já devem imaginar, mas a resposta correta é de chocar qualquer um. 2.000%. Isto mesmo, 2.000%. Ou seja, a ação deve multiplicar por 20 para apenas retornar ao seu patamar anterior. Imagine que a ação da Ambev custe R$10,00, se todos pararem de tomar cerveja e a Ambev perder 95% de seu valor, e a ação com isto passar para R$0,50 ela terá de subir 2.000% para voltar para os R$10,00. Obviamente todos não irão parar de tomar cerveja, ou consumir os demais produtos da empresa, e a Ambev não irá perder 95% do seu valor. Isto é o que a torna uma ótima empresa, sua resiliência e perenidade.

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Obviamente, esta é uma situação hipotética e levada ao extremo, mas a lição que fica para o investidor é que ele sempre deve buscar minimizar o risco de perder seu capital, pois as perdas são muito difíceis de se reparar. De acordo com a definição a respeito do que é investimento de Benjamin Graham, o “Papa” do value investment, é possível perceber a importância de garantir a segurança do capital investido, aspas para ele ”Uma operação de investimento é aquela que, após análise minuciosa, promete a segurança do principal e um retorno adequado. Operações que não atendam estes requisitos são especulativas”. Outra frase de uma grande investidor que reforça este importante ponto são as duas regras para se investir de Warren Buffett, provavelmente o maior investidor de todos os tempos, vamos a elas:
Regra número 1: Nunca perca dinheiro
Regra número 2: Nunca esqueça a regra número um.
Pois é caro leitor, perceba que ele não nos deu um dica sobre valorização de ações, ou revelou o segredo para ficar rico (até porque não há) mas reforçou a importância de preservar o capital investido.

Buffet nos presenteou com outra bela frase “‘O tempo é amigo da empresa maravilhosa, e inimigo da empresa medíocre”. Acostumado a nos brindar com frases brilhantes e que nos ajudam na nossa jornada de investimentos, o bom velhinho mais uma vez não poderia estar mais correto. Como o tema é boas empresas, para ilustrar este ponto retornaremos à Ambev. A empresa vem apresentando resultados crescentes já há um bom tempo, como evidenciado pelo crescimento do seu EBITDA e margens durante muitos anos. Agora comparemos com a Oi, empresa de telefonia que a partir de 2014 teve redução de EBIT, piora do resultado financeiro, lucro revertido em prejuízos, e uma série de decisões questionáveis por parte da gestão. Pois bem, quem comprou ações da Ambev em 13/11/2013 teve um retorno de aproximadamente 50% até hoje, ajustado por proventos, enquanto os que compraram ações da OI na mesma data perderam 90% do capital investido, e terão que aguardar uma valorização de 1.000% nas ações para ao menos recuperar seu dinheiro. O exemplo inicial não era tão hipotético afinal. Obviamente olhando para trás tudo fica mais fácil, mas na época não era tão difícil perceber que a Ambev era uma ótima empresa e a Oi tomava rumos duvidosos. A Ambev se enquadrava nos critérios de Benjamim Graham, enquanto a OI não prometia segurança do capital investido.

As frases de Graham e Buffet resumem uma ótima estratégia de investimentos, escolha ótimas empresas, que dêem segurança ao seu capital investido e deixe o tempo fazer seu trabalho. Mas afinal, o que é uma ótima empresa? Eu diria que é uma empresa com margem de lucros alta, retorno sobre o patrimônio líquido e capital investido elevados, endividamento controlado, excelente histórico de lucros, boa gestão e por fim uma empresa que tenha respeito e transparência para com o acionista minoritário. Para completar esta filosofia, eu adicionaria mais um mandamento, não pague caro por estas boas empresas. Aí entra a importante análise fundamentalista que todo investidor de longo prazo deveria estudar sobre. Fica aqui a sugestão de tema para o próximo leitor a escrever neste espaço.

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Agradeço à InfoMoney pela oportunidade, foi um prazer escrever este texto, e espero ter ajudado colegas investidores.

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