Como um fundo que rendeu 5.600% escolhe suas ações

Na Fama Investimentos, uma gestora especializada em ações, os dois sócios fundadores se organizaram para buscar o contraditório: enquanto um desenvolve as teses de investimento, o outro tenta destruí-las

Diego Lazzaris Borges

(Shutterstock)

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SÃO PAULO – O processo de investimento dos grandes fundos de ações costuma ter algumas peculiaridades. Não existe uma regra, mas é comum que os analistas que cobrem determinadas empresas façam uma avaliação minuciosa das vantagens e desvantagens do negócio e apresentem sua tese de investimento aos gestores em uma reunião conhecida como comitê.

Neste momento tudo que o analista pesquisou costuma ser colocado à prova. Afinal, antes de investir algumas dezenas de milhões em determinado negócio é normal que os sócios tentem esgotar todas as possibilidades de erro.

Na Fama Investimentos, uma gestora especializada em ações com R$ 2 bilhões sob administração, a tarefa de “destruir teses de investimentos” fica com o portfolio manager Maurício Levi.

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“Este papel de ‘advogado do diabo’, exercido até hoje pelo Mauricio, tem não só nos poupado de entrar em várias histórias que à primeira vista nos pareciam equivocadamente encantadoras, como também tem trazido excelentes reflexões e ponderações para as empresas investidas”, diz a Fama em uma edição especial de 25 anos do seu relatório de gestão.  

Levi fundou a Fama em 1993 junto com Fabio Alperowitch, com quem divide até hoje a gestão do fundo Fama FIA.  Alperowitch, em trabalho conjunto com sua equipe, é responsável por construir as teses de investimentos, e Levi por destruí-las.

“Os dois sócios fundadores se organizaram de maneira a buscar o contraditório, acreditando que designar um para construir e desenvolver as teses de investimento e outro para tentar destruí-las nos levaria a um processo (ainda que custoso) que incentivasse a pesquisa (…) continuamente buscando e procurando os problemas de toda a sorte: modelo de negócio, governança, ambiente competitivo, valuation, etc”, diz o relatório.

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As empresas ‘sobreviventes’ passam então por um escrutínio, cabendo a Alperowitch e Levi, em conjunto, decidirem pela alocação -ou não – no portfólio, assim como o percentual de participação no fundo.

O processo tem se mostrado eficiente. Nos últimos 20 anos o Fama FIA acumula ganhos de 5.611%, enquanto o Ibovespa valorizou 1.198% no mesmo período.

“Desde o início de nossas atividades, entregamos aos nossos investidores um retorno de 21% ao ano, bastante acima daquilo que imaginávamos ser possível realizar quando iniciamos a empresa”, concluem os gestores.

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Diego Lazzaris Borges

Coordenador de conteúdo educacional do InfoMoney, ganhou 3 vezes o prêmio de jornalismo da Abecip