Como se preparar para uma aposentadoria tranquila com investimentos?

Para ter uma boa aposentadoria é preciso saber o quanto é necessário para se manter mensalmente sozinho

Gabriella D'Andréa

Senior couple embracing on beach, rear view

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SÃO PAULO – O sonho de muitas pessoas é se aposentar em algum lugar tranquilo, com qualidade de vida e dinheiro para realizar viagens e outros objetivos que não foram possíveis durante o tempo em que elas trabalhavam.  Nesta quinta-feira (24) é comemorado o Dia do Aposentado e especialistas ouvidos pelo InfoMoney apontam o melhor jeito de conseguir realizar este sonho é se preparando desde cedo, planejando e investindo.

“O primeiro passo para se preparar para a aposentadoria é se perguntar por quanto tempo você conseguiria manter seu padrão de vida se não estivesse mais recebendo salário”, coloca o presidente da DSOP Educação Financeira, Reinaldo Domingos. Afinal de contas, esse deve ser o princípio básico de uma aposentadoria: conseguir se manter apenas com aquilo que foi acumulado. Portanto, é importante fazer as contas de quanto você precisa investir por mês para se manter sem o auxílio de outras pessoas no momento em que decidir parar de trabalhar. Mas aonde é possível investir para acumular esse dinheiro?

Pensando em uma pessoa mais jovem que possui mais tempo para se preparar, a sugestão do Coordenador do Investmania, Thiago Pessoa, é montar uma carteira com 20% em ações ou ETFs (Exchange Traded Funds) e 80% em títulos do Tesouro Direto, mesclando papéis prefixados e atrelados à inflação. Os títulos indexados à inflação de prazo mais longo são sempre muito indicados para quem pretende usar o dinheiro para se aposentar. Isso porque eles garantem ganho real (acima da inflação) com um risco de crédito muito baixo, além de os custos também serem inferiores à maioria dos fundos de investimentos e planos de previdência privada. Estes títulos possuem volatilidade no meio do caminho (o seu valor de face muda de acordo com mudanças econômicas e influenciados pela oferta e procura), mas para quem só pretende resgatar quando o título vencer, eles são uma boa opção.

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Já no caso de uma pessoa mais velha e que está mais próxima da idade da aposentadoria, o ideal é não arriscar muito com as ações. Para Domingos, aplicações como o CDB (Certificado de Depósito Bancário), títulos do Tesouro e ouro são as alternativas mais interessantes. Outra possibilidade é adquirir um imóvel. “Nesse caso, o aluguel é uma garantia de renda a mais quando para quando essa pessoa se aposentar”, pontua.

Carteira diversificada ou plano de previdência privada?
Ao pensar no longo prazo, muitas pessoas ficam em dúvida se deveriam aplicar em um plano de previdência privada ou em uma carteira diversificada. Conforme indicam os especialistas, caso o investidor seja mais jovem, vale a pena aderir a um plano de previdência privada.

“O plano de previdência é muito bom para o jovem ou um pai que está fazendo para um filho, porque é um investimento de longo prazo. Para uma pessoa mais velha, o melhor é ir para um fundo, por exemplo, com a menor taxa de administração possível e com posições em ações e títulos públicos”, coloca Pessoa.

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Complementando a fala de Pessoa, Domingos aponta que, caso o investidor escolha um plano, deve buscar por um que seja isento da taxa de carregamento e possua taxa de administração próxima de 1% para valer a pena. Já no caso do fundo de investimento, ele sugere um que seja mais moderado, com menos alocação em ações. “É importante estar acompanhado de um especialista para ele apresentar no que o fundo está lastreado e evitar que seja de ações, que não condiz com o objetivo de uma aposentadoria, já que a bolsa é bastante volátil”, diz.

O investidor que pretende fazer um plano de previdência privada também precisa se atentar para os dois tipos disponíveis: o PGBL (Plano Gerador Benefício Livre) ou um VBGL (Vida Gerador Benefício Livre). A principal diferença está nos benefícios fiscais. Quem contrata um PGBL pode deduzir até 12% da renda tributável no ano no imposto de renda. Por isso, este tipo de plano é indicado para aqueles que entregam a declaração completa do imposto de renda, que permite deduções específicas.

 Já o VGBL não oferece nenhuma vantagem de dedução durante a fase de acumulação – ou seja, a fase em que ainda está aplicando no plano. Em compensação, tem este benefício no momento do resgate. Isso porque, no VGBL, o imposto incide apenas sobre os rendimentos obtidos e não sobre o valor total acumulado, como acontece no PGBL.