Como aproveitar as oportunidades e reduzir o risco da carteira de fundos imobiliários? Confira 5 dicas simples de especialistas

O rebalanceamento do portfólio foi o destaque do programa Liga de FIIs desta terça-feira (15)

Wellington Carvalho

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Em tempos mais turbulentos, como o atual – de incertezas econômicas e eleitorais – pequenas e simples ações podem ajudar o investidor a reduzir o risco da carteira de investimentos e, principalmente, captar oportunidades oferecidas pelo mercado.

O tema foi assunto do Liga de FIIs desta terça-feira (15), que teve apresentação de Maria Fernanda Violatti, analista da XP, Tiago Otuki, economista do Clube FII, e Wellington Carvalho, repórter do InfoMoney. Os especialistas deram cinco dicas para rebalancear a carteira de fundos imobiliários. Confira:

Defina um prazo para o rebalanceamento

Nem todos os investidores podem acompanhar o desempenho dos investimentos em tempo integral. Por isso, definir um prazo para a realização de ajustes no portfólio pode ser uma boa maneira de manter a carteira de fundos imobiliários equilibrada.

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“O rebalanceamento pode ser feito a cada três meses, especialmente quando falamos de fundos imobiliários de ‘tijolo’”, afirma Otuki. “Os dados do mercado imobiliário são trimestrais, ou seja, informações sobre vacância, novos empreendimentos e preços ajudam o investidor a tomar decisões”, detalha.

Otuki lembra que os fundos imobiliários também costumam divulgar informes trimestrais sobre o desempenho e as novidades da carteira. O investidor pode conciliar a divulgação do documento com a realização de ajustes no portfólio, recomenda Otuki.

Mantenha a diversificação da carteira

Em tempos de juros e inflação em alta, investidores costumam se questionar se é um bom momento para aumentar a participação de fundos de “papel” no portfólio. Esses FIIs investem em títulos que acompanham índices como IPCA, IGP-M ou mesmo a taxa do CDI (certificado de depósito interbancário), que se beneficia com a elevação dos juros.

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Independentemente da decisão, é recomendável manter a diversificação da carteira, afirma Otuki, que sugere um portfólio composto por 12 a 15 fundos imobiliários de diferentes setores. O número, segundo ele, seria suficiente para reduzir o impacto de problemas em segmentos específicos, mantendo a carteira mais protegida.

De uma forma geral, o economista do Clube FII sugere uma carteira composta por 65% de fundos de “tijolo” e 35% de fundos de “papel”, proporção próxima à do Ifix – índice que reúne os fundos imobiliários mais líquidos da Bolsa.

Avalie a relação entre risco e retorno da mudança

Maria Fernanda reforça a tese de que, em regra geral, o investidor só deve fazer mudanças no portfólio para melhorar a relação risco e retorno da carteira.

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“Se o investidor observar um fundo similar ao que tem na carteira pagando mais dividendos e oferecendo um risco bem menor, vale considerar a troca”, explica.

“Aumentar o risco da carteira pela possibilidade de um retorno um pouco maior não faz muito sentido”, diz a analista, que cita o exemplo de alguns fundos de recebíveis que oferecem um risco bastante elevado em troca de retorno parecido com os de carteiras mais conservadoras.

Uma boa ferramenta para medir e avaliar o risco de cada FII é o comparador de fundos imobiliários do InfoMoney, que oferece informações para a seleção dos melhores fundos.

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Considere a venda de ativos

A venda de um fundo imobiliário não deve ser, necessariamente, descartada, de acordo com os especialistas do Liga de FIIs. Mas o encerramento da posição deve ser adotado em casos específicos, recomendam.

“Se o fundo atual não tiver perdido seus fundamentos e continua pagando dividendos normalmente, talvez eu não venderia”, afirma Maria Fernanda. “No entanto, se o fundo tiver algum problema que possa comprometer o fluxo de receitas, a venda, mesmo no prejuízo, pode ser uma opção”.

Otuki concorda e lembra que os investidores tendem a realizar lucro rapidamente e segurar prejuízo por muito tempo. Uma forma de fugir deste comportamento, segundo o economista do Clube FII, é observar o conceito de custo de oportunidade.

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“Enquanto sua aplicação está parada, no negativo, há outras oportunidades que podem te devolver o prejuízo de uma forma mais rápida”, reflete Otuki.

Adote um plano consistente de aportes

A última dica para acertar no rebalanceamento da carteira está diretamente ligada às outras quatro acima e é fundamental para o equilíbrio do portfólio.

Um plano consistente de aportes garante a estratégia de investimento traçada no início da carteira e mantém a diversificação e a relação do risco retorno do portfólio, afirma Maria Fernanda.

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“É a oportunidade de equilibrar o peso de fundos imobiliários que perderam participação na carteira do investidor, mas que continuam com fundamentos sólidos”, explica a analista da XP.

Ela lembra ainda que o plano de aportes pode considerar também oportunidades de longo prazo. Hoje, por exemplo, há muita expectativa em relação aos fundos imobiliários de tijolo, que podem gerar ganho de capital mais para frente, finaliza Maria Fernanda.

Produzido pelo InfoMoney, o Liga de FIIs vai ao ar todas as terças-feiras, às 19h, no canal do InfoMoney no YouTube. Você também pode conferir todas as edições do programa.

Wellington Carvalho

Repórter de fundos imobiliários do InfoMoney. Acompanha as principais informações que influenciam no desempenho dos FIIs e do índice Ifix.