Com Selic em alta, vale mais a pena comprar títulos pré ou pós?

Bruno Ismar da Silva, CFP, planejador financeiro certificado pelo IBCPF, responde a pergunta de leitor do InfoMoney

Equipe InfoMoney

Publicidade

Pergunta

Tenho 22 anos, trabalho e faço faculdade. Comecei a investir esse ano, adquirindo um Tesouro Selic (LFT) no valor de R$ 8,5 mil. Em junho receberei mais R$ 6 mil e quero investir esse dinheiro.

Tenho o plano de aplicar R$ 4 mil em renda fixa e R$ 2 mil em ações. Como a Selic ainda está em alta, é recomendado comprar mais uma LFT (título pósfixado) ou diversificar com LTN (Tesouro Prefixado) e Tesouro IPCA (antiga NTN-B, que são títulos de inflação)? É correto seguir essa diversificação de investir a parte maior em renda fixa e a menor em ações? Qual critério preciso analisar para decidir qual ação comprar?

Oferta Exclusiva para Novos Clientes

CDB 230% do CDI

Destrave o seu acesso ao investimento que rende mais que o dobro da poupança e ganhe um presente exclusivo do InfoMoney

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Leitor: Rafael

Resposta de Bruno Ismar da Silva, CFP, planejador financeiro certificado pelo IBCPF

Caro Rafael,

Continua depois da publicidade

Primeiramente, parabéns por começar a pensar em seu futuro aos 22 anos.

Um ponto muito importante para inicio dos investimentos é conhecer o seu perfil de investidor e ter claro seu objetivo ao poupar. Isso o ajudará a não perder o sono com os investimentos e não desanimar ao longo da caminhada.

Se o seu objetivo for de longo prazo, considero as LTN e NTN série B uma alternativa interessante para diversificação dos investimentos, pois seria natural uma baixa dos juros no longo prazo. No caso da LTN, você fixaria um retorno pré-fixado independente da direção dos juros. Já com a NTN-B você também teria uma parcela pré-fixada, porém com o acréscimo do IPCA. É importante ter em mente que esses títulos devem ser levados até o vencimento, pois a saída antes do prazo estaria sujeita a taxa de mercado podendo até ser negativa. Se optar por essa alocação, compre aos poucos até haja sinais claros de queda na taxa de juros.

Seguindo nessa linha, considere as debentures incentivadas, pois elas remuneram IPCA + x%, são isentas de imposto e apesar de não contarem com a garantia do FGC (Fundo Garantidor de Crédito) as empresas recebem uma nota de risco (“rating”) por agencias especializas e em geral chega a ser melhor que a da própria empresa, pois esse tipo de emissão tem mais garantia para o emissor.

Sobre a parcela de ações, faz todo sentido se o horizonte for de longo prazo e dentro dos limites do seu perfil de investidor. Uma alternativa à compra direta via site das corretoras os chamados home brokers, seria pesquisar alguns fundos de investimentos de ações, pois neles você transfere a tomada de decisão para uma equipe especializada e garante uma boa diversificação na carteira. Mesmo com a bolsa em baixa, alguns fundos de ações conseguiram trabalhar no positivo. Caso opte pela compra direta de ações, recomendo que priorize empresas sólidas com boa geração de caixa, pois geralmente são boas pagadoras de dividendos.

No mais, você possui um longo prazo de investimentos a seu favor. Escolhendo bem seus ativos e sendo disciplinado tenho certeza que alcançará os seus objetivos.

Sucesso e bons investimentos!

Bruno Ismar da Silva é planejador financeiro pessoal e possui a certificação CFP® (Certified Financial Planner), concedida pelo Instituto Brasileiro de Certificação de Profissionais Financeiros (IBCPF). 

As respostas refletem as opiniões do autor. O IBCPF e o Infomoney não se responsabilizam pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso destas informações.

Perguntas devem ser feitas no e-mail onde_investir@infomoney.com.br