Com pandemia, dividendos pagos pelas empresas recuam ao menor patamar da década

Entre as empresas com os maiores retornos com dividendos nos últimos cinco anos, a liderança é ocupada por Comgás, seguida por Sanepar

SÃO PAULO – Os estragos causados pela pandemia do coronavírus seguem se refletindo na divulgação de indicadores corporativos que representam pontos fora da curva em relação às tendências de mercado.

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Os proventos pagos pelas empresas com ações negociadas na Bolsa, por exemplo, caíram para uma mediana de 1,48% em julho, o menor valor em uma amostra de dez anos. Os dados são da Economatica e se referem ao “dividend yield” mediano em 12 meses, sempre até o dia 27 de julho de cada ano.

Em igual período de 2019, o dividend yield mediano correspondia a 3,28%, o maior patamar desde 2012 (3,40%).

Os dados englobam os dividendos e os juros sobre o capital próprio (JCP) distribuídos em 12 meses, divididos pelo valor da ação sem ajuste, no início do período analisado.

Para a análise, a Economatica considerou apenas ações ativas ou inativas (de empresas que fecharam capital) que tenham distribuído dividendo ou JCP aos acionistas em pelo menos um período. Dessa forma, a amostra de ações no período analisado é variável.

O estudo da Economatica faz ainda uma ramificação entre a remuneração paga somente por meio de dividendos ou via JCP.

O dividend yield foi de 0,27% em 12 meses até 27 de julho, bem abaixo do total pago apenas em JCP, de 0,91%. Trata-se do quarto ano consecutivo em que os pagamentos por meio de juros sobre o capital próprio superam os dos dividendos.

Vale lembrar que os dividendos distribuídos pelas empresas não têm incidência de Imposto de Renda.

Campeãs de dividend yield

Entre as empresas da Bolsa com os maiores dividend yield consolidado (somando dividendos e JCP) nos últimos cinco anos, a liderança é ocupada por Comgás, com mediana de 15,15% até 27 de julho.

Na sequência aparecem Sanepar, com dividend yield de 10,49% nos últimos cinco anos, Taesa, com 9,21%, Ferbasa, com 8,90% e Enauta Participações, com 8,80%.

Participaram da amostra somente ações com volume financeiro médio diário negociado na Bolsa superior a R$ 500 mil em 12 meses até o dia 27 de julho. Além disso, o DY de cada ação precisa ter sido maior que zero nas cinco amostras do levantamento.

Eentre as 20 maiores pagadoras de dividendos e JCP, o setor de bancos é o de maior peso, com sete representantes, seguido pelo de energia elétrica, com três.

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Beatriz Cutait

Editora de investimentos do InfoMoney e planejadora financeira com certificação CFP, responsável pela cobertura do universo de investimentos financeiros, com foco em pessoa física.