Com forte alta dos ativos, investidor deverá ser mais seletivo; especialistas indicam as oportunidades do ano

Para especialistas da UBS e da gestora de patrimônio Taler, ativos atrelados ao IPCA, Bolsa e FIIs devem oferecer bons retornos

Mariana Zonta d'Ávila

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SÃO PAULO – Com a forte alta dos ativos no mercado financeiro já embutindo um cenário de normalização da economia pós-pandemia, o investidor brasileiro deverá ser ainda mais seletivo ao montar sua carteira de investimentos. A avaliação é de Ronaldo Patah, estrategista do UBS Wealth Management.

Durante painel do Onde Investir 2021 nesta terça-feira (26), o especialista destacou que tem recomendado mais cautela aos clientes do que seis meses atrás, dado que boa parte do otimismo já está refletido nos preços dos ativos.

Entre as classes que ainda oferecem oportunidade hoje, Patah cita os investimentos em bolsas globais, commodities e o mercado de crédito global.

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Já no Brasil, bons retornos podem ser encontrados em ativos reais como Bolsa e fundos imobiliários, diz. “Hoje não temos grandes barganhas, mas, se o investidor fizer uma alocação seletiva, tende a ter uma boa performance este ano”, avalia.

Renato Iversson, da gestora de patrimônio Taler, que também participou do painel, disse indicar os ativos ligados à economia real, tanto internacionais quanto domésticos, de forma a proteger o portfólio da esperada alta da inflação neste primeiro semestre.

Em 2020, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) encerrou o ano com alta de 4,52%, acima da meta do governo, de 4%. E, até o momento, tudo indica que a pressão inflacionária deve continuar no curto prazo.

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Na Taler, as projeções apontam para IPCA de 3,5% a 3,75%, enquanto no UBS o cenário-base para o indicador este ano é de 3,5%. Já a taxa básica de juros deve encerrar dezembro em 3,5% e 4,0% ao ano, respectivamente, segundo os gestores de patrimônio.

Diversificação é a palavra-chave

Diante de riscos no horizonte envolvendo a pandemia, tensões entre China e Estados Unidos, além de uma fragilidade fiscal no ambiente doméstico, a recomendação dos especialistas é diversificar o portfólio e buscar proteções frente às inevitáveis queda do mercado.

No UBS, Patah diz gostar da posição em ouro como forma de proteção da carteira. “[O investidor] precisa ter a expectativa de que, quando compra uma proteção, vai abrir mão de parte da rentabilidade por estar comprando um seguro, que é o caso do ouro. O metal não está uma barganha, mas é uma proteção”, diz.

Na sua avaliação, outro ativo que pode entrar como hedge das carteiras é o petróleo, via fundos que reproduzam a variação da commodity no mercado internacional. Ele alerta, contudo, que é um ativo mais volátil e, por conta do risco, não é recomendado para todos os investidores.

“Se começarmos a ver uma alta da inflação consistente no mundo, o petróleo deve ser um dos ativos que vão antecipar isso e pode servir como proteção”, avalia.

Bolsa e commodities

Na avaliação de Iversson, da Taler, o setor de commodities é um dos mais promissores na Bolsa em 2020, dado que tende a se beneficiar do crescimento da China e de um cenário de dólar mais desvalorizado em relação a moedas de países desenvolvidos.

Patah concorda e cita ainda a alocação internacional, com preferência pelo mercado asiático ex-Japão, tanto em renda variável quanto em renda fixa, dado o melhor enfrentamento da pandemia pela região.

Na Bolsa brasileira, o estrategista do UBS diz gostar, além das companhias de commodities, como as de petróleo, das ligadas ao setor financeiro e outras menos relacionadas ao consumo e ao e-commerce, que não se valorizaram tanto em 2020 e têm potencial.

Renda fixa

Já no mercado de renda fixa, marcado pelos retornos menores nas aplicações mais conservadoras, diante dos juros baixos, a recomendação é buscar ativos de crédito privado, como debêntures de infraestrutura atreladas ao IPCA que, além da isenção de imposto de renda para a pessoa física, pagam prêmios atrativos e protegem da inflação.

Patah, do UBS, explica que, caso o investidor tenha apetite ao risco e busque melhores retornos, ele pode optar por papéis mais longos, com vencimentos entre três a cinco anos, que oferecem taxas mais interessantes.

Já Iversson lembra do tripé “rentabilidade, segurança e liquidez”, afirmando que o investidor terá que abrir mão de um deles e, se ficar parado, verá a carteira de investimentos rendendo cada vez menos.

Amanhã tem mais

No segundo dia do Onde Investir 2021, Beatriz Fortunato (Studio), Fernando Ferreira (XP Inc.) e Marcio Correia (JGP), discutem, a partir das 18h, o que esperar da Bolsa brasileira em 2021.

Na sequência, às 19h15, Carlos Martins (Kinea) e Daniel Caldeira (Mogno Capital) participam do painel de fundos imobiliários, elencando as principais promessas no setor para este ano. Confira a programação completa aqui.