Com excesso de liquidez e alta dos preços, SPX espera aumento de 50 pontos-base da Selic em março

“Acreditamos que esta seja a direção correta, ainda mais quando se leva em consideração a recente contaminação dos núcleos de inflação”, diz a gestora

Mariana Zonta d'Ávila

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SÃO PAULO – O excesso de liquidez nos mercados e o consequente aumento dos preços com expectativas de retomada da economia têm levado gestores a revisarem suas projeções para os juros e a adiantarem as perspectivas de um aumento das taxas. Este é o caso da SPX Capital.

Em carta enviada aos cotistas do multimercado Nimitz referente ao desempenho em janeiro, em que discorre sobre o conceito de liquidez e aborda o caso Gamestop, nos Estados Unidos, a gestora de Rogério Xavier afirma que o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, deve elevar em 50 pontos base a taxa básica de juros já na próxima reunião, em março, para 2,50% ao ano.

“Acreditamos que esta seja a direção correta, ainda mais quando se leva em consideração a recente contaminação dos núcleos de inflação”, escreve a gestora.

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A projeção está acima do esperado pelo mercado financeiro no relatório Focus, do BC, que aponta para uma manutenção da Selic no atual patamar no próximo encontro do Copom.

A avaliação da SPX é de que há uma disparidade entre as perspectivas de recuperação econômica e as curvas de juros em diversos mercados internacionais. “Achamos o cenário atual compatível com curvas mais inclinadas, mesmo reconhecendo que os bancos centrais devem continuar atuando para evitar um aperto relevante nas condições financeiras”, assinala a casa.

Dito isso, a gestora está com posição tomada (que ganha com a alta das taxas) na parte curta da curva de juros brasileira, comprada (com aposta na alta) em inflação implícita e aplicada (à espera da queda das taxas) em juros reais na parte intermediária da curva.

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Segundo a casa, enquanto a tendência de afrouxamento monetário persistir ao redor do mundo, ações, ouro e até criptomoedas devem continuar a se beneficiar. Bolhas financeiras, como no caso Gamestop, continuarão a pipocar como efeito indesejado, porém inevitável, da atual política monetária, avalia a SPX.

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Com a reabertura das economias, entretanto, diante de um ambiente de elevada liquidez, o mercado deverá ver um aumento nas taxas pagas pelos títulos de renda fixa e uma contração nos múltiplos das ações.

“A retomada da atividade econômica terá um efeito ambíguo sobre o preço dos ativos financeiros: por um lado, aumentando a receita das empresas e com melhor perspectiva de lucros; por outro lado, elevando o custo do capital e, em alguns casos, maior custo da mão-de-obra e de insumos. A alavancagem financeira será penalizada; a alavancagem operacional, premiada”, escrevem os gestores.

Bolsa

No mercado internacional, a SPX está comprada em setores cíclicos nos Estados Unidos e investe seletivamente em empresas que foram negativamente impactadas pela pandemia. A gestora está vendida em setores defensivos.

A gestora de Rogério Xavier ainda está comprada na Bolsa brasileira, com destaque para empresas dos setores de consumo, mineração, óleo e gás, além de serviços financeiros.

Em janeiro, o multimercado SPX Nimitz apresentou perda de 0,67%, ante variação de 0,15% do CDI.

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