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Teremos esse risco no ano que vem? Os nomes de candidatos ventilados até o momento são capazes de gerar instabilidade. Em uma recente entrevista à revista Piauí, o possível candidato José Serra deu declarações polêmicas com relação à política monetária adotada pelo atual governo e deu um viés mais heterodoxo. Além disso, afirmou que a provável candidata do PT à presidência, Dilma Roussef, compartilha com sua visão de política monetária. Já Ciro Gomes e Marina Silva, outros possíveis candidatos, ainda não mostraram suas vertentes, mas, até o momento a ex-senadora petista parece ser a voz mais sensata com relação à política econômica.
“A economia brasileira ainda tem muito espaço para crescer” |
Portanto, seria sensato esperar que os investimentos mostrassem retração em 2010? Eu suponho que não. O governo Lula ajudou a diminuir fortemente o risco político observado na economia brasileira e, além disso, o combate à inflação não é mais uma política e, sim, uma instituição do povo brasileiro, que aprendeu os benefícios existentes em conviver com a estabilidade econômica. Mudar isso exigiria muita irracionalidade do governante e geraria uma aversão gigantesca por parte do eleitorado. O presidente Lula sabe muito bem o quanto da sua popularidade é creditada ao combate à inflação.
Se o risco de crescimento mais fraco em 2010 é baixo, o que esperar para os anos posteriores? Eu acredito que a economia brasileira ainda tem muito espaço para crescer, apesar da estrutura tributária, que não incentiva o crescimento mais forte. Do início dos anos 80 (quando estávamos com superinvestimento na economia) até 2004, o estoque de investimentos na economia brasileira sofreu queda relevante. A partir de 1994, novo enfoque foi dado à educação. Com isso a escolaridade média da população brasileira apresentou crescimento, alcançando, em 2008, 7,4 anos de estudo. Assim, a razão estoque de capital física / estoque de capital humano está em nível bem deprimido, abaixo da média histórica. Isso garante muita demanda por e, consequentemente, muito espaço para crescimento futuro. Ceteris paribus o Brasil deverá crescer próximo a 5% de 2011 a 2016, passando por uma Copa do Mundo, uma Olimpíada e a construção de toda estrutura para a produção do petróleo do Pré-Sal.
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Tomás Goulart é economista da Modal Asset Management e escreve mensalmente na InfoMoney, às quintas-feiras.
tomas.goulart@infomoney.com.br