Central de FIIs: Ifix fecha em leve alta e interrompe sequência de 8 dias no negativo

Confira as informações que influenciam na indústria dos fundos imobiliários hoje

Wellington Carvalho

(Sushiman/Getty Images)
(Sushiman/Getty Images)

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SÃO PAULO – Em uma semana marcada pelo aumento no ritmo de elevação dos juros no país, o Ifix, índice dos fundos imobiliários mais negociados na Bolsa brasileira, fechou a sexta-feira (29) com leve alta de 0,07%, interrompendo uma sequência de 8 dias de queda. O indicador operou estável durante toda a sessão e encerrou o dia aos 2.675 pontos.

O desempenho na última sessão do mês não é suficiente para compensar as perdas acumulados do Ifix. Na semana, o índice registra queda de 1,35% e, no mês, 1,47%. No acumulado de 2021, o índice cai 6,77%.

Maiores altas desta sexta-feira (29):

Ticker Nome Setor Variação (%)
(XPCM11) XP Corporate Macaé Lajes Corporativas 3,09
(BTCR11) BTG Pactual Credito Imobiliario Títulos e Val. Mob. 2,62
(RCRB11) Rio Bravo Renda Corporativa Lajes Corporativas 2,59
(RFOF11) RB Capital Títulos e Val. Mob. 2,49
(VTLT11) Votorantim Logistica Logística 2,4

Maiores baixas desta sexta-feira (29):

Ticker Nome Setor Variação (%)
(HGBS11) Hedge Brasil Shopping Shoppings -3,19
(BTAL11) BTG Pactual Agro Outros -2,32
(GTWR11) Green Towers Lajes Corporativas -2,21
(BCFF11) BTG Pactual Fundo de Fundos Títulos e Val. Mob. -2,04
(BTLG11) BTG Pactual Logistica Logística -1,91

Fonte: B3

Riza finaliza investimento de R$ 20 milhões em Goiás e São Fernando vende imóvel na capital paulista

Confira as últimas informações divulgadas por fundos imobiliários em fatos relevantes:

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Riza ( ARCT11) conclui compra de imóvel de R$ 20 milhões em Goiás

O Riza Arctium Real Estate conclui a compra do imóvel da Granol Indústria e Comércio em Jataí (GO). O espaço tem uma área de quase 40 mil metros quadrados e custou ao fundo administrado pela BTG Pactual o montante de R$ 19,9 milhões.

Nesta quinta-feira (28) foi assinada a escritura definitiva do imóvel e o Riza Arctium desembolsou R$ 4,9 milhões referentes ao saldo remanescente da transação.

A Operação prevê também um contrato de locação pelo prazo de dez anos com a própria Granol, que aceitou pagar ao fundo um aluguel mensal de R$ 158 mil. Segundo cálculos do Riza Arctium, que passa a ser o único titular do imóvel e de todos os direitos sobre o espaço, a transação terá um impacto de aproximadamente R$ 0,10 por cota.

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O contrato ainda conta com uma opção de compra em favor do locatário, que poderá ser exercida a partir do início de vigência do período de locação até seu termo final.

São Fernando (SFND11) vende imóvel em São Paulo

O fundo imobiliário São Fernando vendeu um imóvel na avenida Indianópolis, em São Paulo (SP) por R$ 5,5 milhões. De acordo com a administradora, a Rio Bravo Investimentos, o fundo recebeu R$ 2 milhões a título de sinal e o saldo remanescente foi dividido em outras sete parcelas.

A escritura definitiva da venda do Imóvel, de 1.125 metros quadrados, está condicionada ao pagamento da última parcela do acordo. Além do espaço negociado, o portfólio do São Fernando conta com mais um ativo físico, um prédio comercial de 1.146 metros quadrados no Rio de Janeiro.

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Giro Imobiliário: Aumenta vacância em escritórios de SP e XP recomenda compra do VBI Reits

XP recomenda compra do VBI Reits (RVBI11)

XP iniciou cobertura do fundo imobiliário VBI Reits com recomendação de compra e preço alvo de R$ 88,60. Na abertura desta sexta-feira (29) a cota do ativo estava sendo negociada a R$ 82,60. De acordo com a corretora, o potencial de valorização do ativo é de 7%.

Além da estratégia do fundo na busca por novos ativos, a XP destaca que o ativo está sendo negociado abaixo do valor patrimonial. A análise também classifica como atrativo o retorno com dividendos do fundo, na casa dos 10,5% ao ano.

Com patrimônio líquido de R$ 127 milhões, o VBI Reits administrado pela BRL Trust investe em cotas de outros fundos, ações ou cotas de sociedades, CRIs (certificados de recebíveis imobiliários) e outros títulos do setor de imóveis.

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Em setembro, o fundo contava com pouco mais de 11 mil cotistas e, em doze meses, acumula queda de cerca de 6%.

Empresas voltam a devolver escritórios em SP e vacância aumenta

A vacância média dos escritórios no país alcançou 25,2% no terceiro trimestre, de acordo com dados da SiiLA Brasil, plataforma de informações imobiliárias. O índice, 0,7 ponto porcentual superior à taxa do trimestre anterior, está acima do intervalo de 12% a 15% considerado saudável para o segmento.

A taxa de desocupação nacional é puxada principalmente pelo desempenho de São Paulo (SP), que responde por mais de 60% do volume de lajes corporativas do Brasil.

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No segundo trimestre, a absorção líquida do estoque de escritórios na capital paulista – o saldo de metros quadrados ocupados menos o volume entregue – foi positiva em quase 9 mil metros quadrados, interrompendo uma sequência de quatro trimestres de taxas negativas. A aparente retomada, que acompanhava o avanço na vacinação contra a Covid-19, animou o segmento.

O terceiro trimestre, no entanto, trouxe notícias negativas para o setor, segundo Giancarlo Nicastro, CEO da SiiLA Brasil. Em entrevista ao Clube FII nesta quinta-feira (28), ele informou que a absorção líquida na capital paulista voltou a ser negativa em mais de 57 mil metros quadrados – o que significa que mais escritórios foram entregues do que locados.

O resultado no período é atribuído principalmente às devoluções feitas pelas empresas Novonor, antiga Odebrecht, e Uber, que está migrando para Osasco (SP).

“Conversando com algumas empresas que estão devolvendo espaços, eles relatam que não projetam uma recuperação da economia em um curto espaço de tempo”, relatou Nicastro. “Com o futuro indefinido, as companhias estão adiando a volta para os escritórios. Não querem se amarrar a contratos mais longos”.

Regiões consideradas primárias para o segmento de lajes corporativas – como Vila Olímpia e as avenidas Brigadeiro Faria Lima, Juscelino Kubitschek e Paulista – apresentam vacância média na casa de 10% e seguem ocupadas por empresas de grande porte. De acordo com Nicastro, o grande problema são as empresas mais vulneráveis ao atual cenário econômico e que não têm o perfil de ocupante das regiões primárias.

“A região de Pinheiros e as avenidas Luís Carlos Berrini e Dr. Chucri Zaidan apresentam taxas de vacância acima de 20% e estão tendo um volume de devolução assustador”, afirmou Nicastro. “Em regiões mais alternativas, como Santo Amaro, a taxa chega a 50% e machuca o mercado como um todo”.

Na análise desde o início da pandemia, o comportamento do setor financeiro, que historicamente ocupa mais escritórios no Brasil, tem influenciado na vacância das lajes corporativas. A área ocupada pelo segmento diminuiu quase 12% entre o primeiro trimestre de 2020 e o terceiro trimestre de 2021.

“O setor financeiro tem se adaptado bem ao home office e vem de trimestre a trimestre se acomodando e devolvendo andares. De uma forma geral, o movimento tem atrapalhado um pouco a dinâmica de escritórios”, disse Nicastro.

Diante do cenário turbulento na economia e na política, a SiiLA Brasil projeta a continuidade da vacância elevada nos escritórios em 2022. O início de recuperação do segmento só ocorreria em 2023, pelas projeções da plataforma.

Dividendos de hoje

Confira o fundo imobiliário que distribui rendimentos nesta sexta-feira (29):

Ticker Fundo Rendimento (R$) DY Mensal (%)
(EDGA11) Galeria CI 0,13 0,54

Fonte: InfoMoney

Wellington Carvalho

Repórter de fundos imobiliários do InfoMoney. Acompanha as principais informações que influenciam no desempenho dos FIIs e do índice Ifix.