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O crédito privado brasileiro, por meio das debêntures incentivadas, vive seu ano de ouro em 2024. Os títulos dos papéis de infraestrutura atingiram R$ 206,7 bilhões de emissões no primeiro semestre, o maior patamar da série histórica para o intervalo. Não à toa, gestoras vislumbram formas de captar esses ganhos por meio de fundos, como os de infraestrutura, que investem nas debêntures.
A JiveMauá encerrou na quinta-feira (5) a captação de seu primeiro fundo de infraestrutura listado na B3: o BossaNova FIC FI-Infra. A emissão, coordenada pela XP, foi a maior oferta pública pelo banco neste segmento desde 2021, levantando R$ 437,5 milhões, ante uma demanda superior, de R$ 450 milhões.
A robustez da oferta inicial visa garantir relevância e liquidez na B3 para um fundo público, segundo a Jive, especialmente em um momento de alta demanda por produtos isentos de Imposto de Renda. Após a captação, o número de cotistas chegou a 11,5 mil.
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Segundo a gestora, o fundo visa uma rentabilidade de CDI mais 2% a 3%, isenta de Imposto de Renda. O valor está acima da média paga pelas debêntures com grau de investimento, segundo relatório do BBI.
Em agosto, o Monitor de Debêntures do banco verificou que as taxas dos títulos de crédito privado tiveram uma queda modesta de 4 pontos-base dos papéis de vencimento a partir de 2026, com rating AAA, chegando a CDI + 1,17%.
O novo FI-Infra tem um perfil semelhante a outro fundo da JiveMauá, criado em 2022, mas que atende investidores qualificados. Até julho, a carteira deste fundo rendeu 7,55%, superando em 1,37% o acumulado do ano no CDI.
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A Jive afirma que o diferencial do novo fundo, que seja aberto para o público em geral, são os emissores que comporão a carteira. O foco será em projetos fora dos grandes centros, de empresas de porte médio, como rodovias menores, terminais portuários e geração de energia.
A gestora calcula que esses projetos pagam prêmios de 4% a 6% acima da NTN-B (o Tesouro IPCA+ 2035), sem necessariamente apresentar mais risco. Embora sejam títulos sem grau de investimento, a JiveMauá argumenta que é uma questão dos emissores não terem processos adequados para atender às exigências dos bancos.
A diligência de crédito, então, será feita pela própria gestora. Como é um segmento já conhecido devido ao fundo anterior, os analistas já têm operações mapeadas e experiência.