CDBs reagem a pessimismo e prefixados voltam a pagar quase 1% ao mês

Houve queda generalizada no número de emissões na comparação com o levantamento anterior, mas taxas subiram na última quinzena

Leonardo Guimarães

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Com a alta das taxas nos títulos do Tesouro Direto, os CDBs prefixados também passaram a oferecer remuneração maior aos investidores. Os juros seguiam em queda há meses, mas a trajetória foi interrompida pela precificação de juros altos por mais tempo nos Estados Unidos. 

É o que mostra um levantamento feito pela Quantum Finance a pedido do InfoMoney. O estudo mapeou os CDBs emitidos entre 4 e 18 de abril. A partir do levantamento, foi possível comparar as taxas com as praticadas no período anterior, de 20 de março e 3 de abril. 

CDBs prefixados 

Na última quinzena, um título bancário prefixado com vencimento em três anos pagou, em média, 11,13% ao ano, alta expressiva na comparação com os 10,73% oferecidos nesse tipo de papel há um mês. 

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Já os títulos com vencimento em dois anos tiveram média de 10,13% na remuneração, mais alta que os 9,81% entre 20 de março e 3 de abril. 

Ana Paula Carvalho, sócia da AVG Capital, explica que houve forte inclinação na curva de juros dos prefixados nas últimas duas semanas, com “aumento na aversão ao risco e o mercado precificando um ciclo de alta de juros em 2025”, o que a especialista não vê acontecendo. 

Para ela, as taxas acima de 11% são atrativas. O Santander emitiu CDB que paga 11,57% ao ano. 

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Retornos de CDBs prefixados de 4 a 18 de abril
Prazo (meses)Taxa mínimaTaxa médiaTaxa máximaNúmero de títulosEmissor da maior taxa
39,98%10,78%11,57%2Santander Brasil
69,55%9,72%10,01%4Banco Daycoval
129,35%9,79%11,15%11Sianossera Financeira
249,70%10,13%10,60%5Haitong Brasil
3610,87%11,13%11,30%6Sianossera Financeira
Fonte: Quantum Finance

CDBs pós-fixados

Nos bancários atrelados ao CDI, o movimento das taxas foi misto. Enquanto as taxas médias dos papéis de três e seis meses caíram, os títulos com vencimento em 12 e 36 meses pagaram mais. 

A remuneração dos pós-fixados de três anos chegou a 102,10% do CDI contra 101,48% no levantamento anterior. Por outro lado, os títulos curtos, de três meses, pagaram 99,35% do CDI ante 99,58% 15 dias antes. 

Houve, ainda, queda no número de títulos emitidos, de 207 para 141. Essa queda foi geral, com apenas 14 títulos de inflação emitidos e 28 prefixados ante 39 na leitura anterior. 

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Retornos de CDBs indexados ao CDI de 4 a 18 de abril
Prazo (meses)Taxa mínimaTaxa médiaTaxa máximaNúmero de títulosEmissor da maior taxa
383,00%99,35%104,00%39Banco Stellantis
697,50%103,03%120,00%18Banco Master de Investimento
1290,00%100,12%105,50%37Banco ABC Brasil
2498,00%100,24%108,00%23Haitong Brasil
36100,00%102,10%110,00%24Haitong Brasil
Fonte: Quantum Finance

CDBs de inflação 

Nos CDBs atrelados ao IPCA, houve queda generalizada nas taxas mínimas, médias e máximas. Os títulos com vencimento em 24 meses pagaram 5,30% além da inflação contra 5,63% entre 20 de março e 3 de abril. 

Já a taxa média dos CDBs de inflação de 36 meses caiu de 5,99% para 5,56%. O Haitong Brasil foi, novamente, a instituição emissora das maiores taxas da categoria. 

Carvalho esclarece o motivo da queda enquanto as taxas do Tesouro IPCA+ subiram: “os títulos públicos que subiram foram aqueles com vencimentos mais longos, os indexados à inflação de prazos mais curtos se salvaram”. 

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Retornos de CDBs indexados à inflação (IPCA) de 4 a 18 de abril
Prazo (meses)Taxa mínimaTaxa médiaTaxa máximaNúmero de títulosEmissor da maior taxa
244,90%5,30%5,95%7Haitong Brasil
365,05%5,56%5,90%7Haitong Brasil
Fonte: Quantum Finance