Caso Braiscompany: Justiça torna réu casal dono de pirâmide financeira de R$ 2 bi

Além dos dois, outras 11 pessoas vão responder dentro de ação penal

Lucas Gabriel Marins

Antonio Neto, fundador da Braiscompany, tem passado ligado à pirâmide D9 (Reprodução/Instagram)

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O juiz federal Vinícius Costa Vitor, da 4ª Vara de Justiça Federal, acatou um pedido do Ministério Público e tornou os donos da Braiscompany, o casal Antonio Inacio da Silva Neto e Fabricia Farias Campos, além de outros 11 integrantes do esquema, réus em ação penal.

A empresa, com sede de Campina Grande (PB), é suspeita de crime contra o sistema financeiro e contra o mercado de capitais, e movimentou ilegalmente R$ 2 bilhões nos últimos anos, de acordo com a Polícia Federal (PF).

A decisão foi dada pouco mais duas semanas após a PF indiciar 16 integrantes e afirmar em relatório que o casal está foragido e estaria escondido na Argentina. Há um mandado de prisão aberto contra eles.

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A Braiscompany prometia rendimentos de até 9% com supostas operações de trading com criptomoedas, por meio de um modelo de negócio semelhante à GAS Consultoria e à Rental Coins, duas pirâmides financeiras de criptomoedas.

Histórico

No final de 2022, a empresa deixou de pagar os clientes e tentou jogar a culpa dos atrasos na Binance, corretora cripto da qual a suposta pirâmide afirmava depender totalmente para operar e fazer pagamentos.

Na época, a Binance disse que não “realiza quaisquer ações em contas que não sejam devidamente embasadas nos termos e condições”.

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Após o caso vir à tona, Neto e Fabricia, que costumavam ser ativos nas redes sociais e já aplicaram golpes financeiros no passado, saíram do Brasil. Em abril, as vítimas do negócio informaram ao MP um prejuízo de pelo menos US$ 260 milhões.

Ao longo deste ano, o negócio fraudulento foi alvo de quatro operações da PF. Na última delas, chamada de Trade-Off, houve o bloqueio de R$ 136 milhões em bens dos investigados.

Lucas Gabriel Marins

Jornalista colaborador do InfoMoney