Carteira de ações baseada em boatos rende 9% menos, diz estudo

O estrategista do Santander, Aquiles Mosca, acompanhou boatos divulgados sobre empresas brasileiras em 2011

Diego Lazzaris Borges

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SÃO PAULO – Os boatos e rumores fazem parte do mercado e estão sempre presentes na vida de quem investe em ações. Quem nunca ficou tentado em comprar papéis de uma companhia depois de ler uma notícia sobre possível fusão ou alguma aquisição milionária? Ou então, teve vontade de vender suas ações depois que algum jornal divulgou nota sobre possíveis problemas que a empresa estaria enfrentando?

Mas comprar ou vender papéis com base apenas em informações “não confirmadas” é uma estratégia pouco aconselhável, de acordo com um estudo realizado pelo Santander e antecipado ao InfoMoney.

Baseados em um levantamento realizado por pesquisadores da Universidade de Harvard, o estrategista de investimentos da Santander Asset Management, Aquiles Mosca, e sua equipe, acompanharam rumores e boatos divulgados sobre empresas brasileiras que compõe o índice IBrX-50 durante o segundo trimestre de 2011. “Quando identificamos um rumor positivo recaindo sobre uma empresa X, aumentamos a posição em suas ações para um percentual 1% superior àquele observado no índice IBrX-50 e vice-versa, ou seja -1%, se o rumor ou boato fosse negativo”, explica o estrategista. 

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Como resultado, após um ano, a carteira baseada em boatos rendeu 9% a menos do que a carteira teórica do IBrX-50 no mesmo período. “A conclusão que chegamos foi a mesma que os pesquisadores norte-americanos já haviam chegado na pesquisa que fizeram há alguns anos. Operar baseado em boatos não é uma boa estratégia”, diz Mosca.

Segundo ele, o ideal é que o investidor de longo prazo olhe sempre para os fundamentos da companhia antes de decidir pela compra. “Vale sempre analisar a empresa, o valuation (valor real da ação da empresa, e não o preço que está cotada), fazer uma análise fundamentalista sólida. Não ficar só no que saiu em alguma coluna como boato”, aconselha.

Curto prazo
Segundo o estrategista, no curtíssimo prazo o investidor pode até conseguir uma rentabilidade interessante, mas, no longo prazo, a escolha de ações por conta dessas informações não vale a pena. “Para o investidor que está olhando um prazo mais longo, que é o recomendável para quem investe em ações, incorporar o rumor na gestão da carteira é algo danoso”, alerta.

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Mais informações sobre o estudo você encontra na coluna de Aquiles Mosca na próxima edição da Invista Magazine, que estará nas bancas em julho.

Diego Lazzaris Borges

Coordenador de conteúdo educacional do InfoMoney, ganhou 3 vezes o prêmio de jornalismo da Abecip