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Buffett pode ter vendido mais ações da Apple, indica balanço da Berkshire

Relatório da holding mostra queda de US$ 1,22 bilhão no custo de ativos de consumo, categoria dominada pela Apple

Paulo Barros

Warren Buffett conduz convenção anual de investidores da Berkshire Hathaway de 2025. (Foto: Reprodução/Conferência Anual Berkshire Hathaway)
Warren Buffett conduz convenção anual de investidores da Berkshire Hathaway de 2025. (Foto: Reprodução/Conferência Anual Berkshire Hathaway)

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A Berkshire Hathaway, do lendário megainvestidor Warren Buffett, pode ter voltado a vender parte de sua posição na Apple no terceiro trimestre, segundo o balanço trimestral divulgado no último sábado (1º). O documento aponta uma redução de US$ 1,22 bilhão no custo de aquisição das ações da categoria “produtos de consumo”, dominada pela fatia da Apple no portfólio do conglomerado.

O dado foi divulgado primeiro pela emissora americana CNBC, e confirmado pelo InfoMoney.

A movimentação sugere novas vendas de papéis da empresa de tecnologia, que subiram mais de 24% no período. A alta expressiva teria oferecido a Warren Buffett uma oportunidade para realizar lucros, após cortes significativos realizados no ano anterior e no segundo trimestre de 2025.

Mesmo após os ajustes, a Apple permanecia como a principal posição acionária da Berkshire no fim de junho, com 280 milhões de ações avaliadas em cerca de US$ 57 bilhões. O tamanho da participação chegou a representar mais da metade da carteira de investimentos da companhia.

Buffett já havia indicado que parte das vendas da Apple foi motivada por questões tributárias, embora o volume das operações tenha levantado especulações sobre preocupações com o valuation da empresa e a necessidade de reequilibrar o portfólio.

A confirmação do tamanho atual da fatia será possível apenas quando a Berkshire divulgar, ainda neste mês, seu relatório 13F à SEC (a comissão de valores mobiliários dos EUA), que detalha as participações acionárias até 30 de setembro.

A Berkshire registra venda líquida de ações há 12 trimestres consecutivos, levantando mais de US$ 6 bilhões em caixa no terceiro trimestre. No total, as reservas de caixa da Berkshire Hathaway dispararam para US$ 381,7 bilhões no período, um novo recorde. Entre entre julho e setembro, o lucro operacional do conglomerado de Buffett aumentou 34%.

O indicador preferido de Buffett para medir o valor do mercado acionário americano, a relação entre o valor total das empresas listadas e o PIB dos EUA, atingiu um recorde histórico, nível que o investidor já havia descrito no passado como “brincar com fogo”.

Paulo Barros

Jornalista, editor de Hard News no InfoMoney. Escreve principalmente sobre economia e investimentos, além de internacional (correspondente baseado em Lisboa)