Bruno Garcia e Tovar, da Truxt: os altos e baixos de uma parceria de quase 20 anos

Convidados do oitavo episódio do podcast Outliers, os gestores contam também como evitaram as "armadilhas" da crise atual

Equipe InfoMoney

SÃO PAULO – O que explica o sucesso de uma parceria de 20 anos no mercado financeiro? Sintonia, paciência, complementaridade podem estar entre as razões. Mas trabalhar em direção aos mesmos objetivos também é indispensável.

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José Tovar e Bruno Garcia, sócios-fundadores da Truxt Investimentos, sabem disso. À frente da gestora fundada em 2017, depois da saída da ARX, seus fundos têm foco em estratégias de renda variável e multimercados.

A Truxt tem cerca de R$ 12 bilhões sob gestão e uma equipe com aproximadamente 40 pessoas.

Convidados do oitavo episódio do podcast Outliers, apresentado por Samuel Ponsoni, analista de fundos da XP, Tovar e Garcia contam no programa suas formações, trajetórias, principais experiências e desafios. E falam também sobre como estão enfrentando a crise atual.

A maior cautela adotada desde o fim de 2019 ajudou a Truxt a enfrentar a crise deste ano com maior serenidade, com resultados positivos em seus fundos.

Os gestores contam que não caíram na “armadilha” de ir às compras na Bolsa cedo e que decidiram apostar mais fora do Brasil do que localmente, dada a reação mais positiva de países desenvolvidos à epidemia. A posição de hedge, via aposta no dólar, por exemplo, também se mostrou acertada.

“Olhando para frente, estamos um pouco mais animados com o mercado”, conta Tovar, ressaltando que a gestora está migrando parte das apostas internacionais de volta para o Brasil, em empresas já conhecidas da casa. “Estamos com uma alocação em renda variável maior do que a média e um hedge menor do que a média.”

Lições de crises

Com mais tempo de carreira, Tovar atuou no JPMorgan por 17 anos, quando saiu para criar a ARX, no início de 2001. Portanto, logo no início, se deparou com o desafio de enfrentar o “11 de setembro”, teste de fogo para qualquer gestor. Mas como o CEO da Truxt conta, “não faltou crise pela frente”.

A decisão de sair da ARX, vendida para o BNY Mellon em 2008, e montar a Truxt foi consolidada em 2017.

Na época, conta Tovar, com o impeachment de Dilma Rousseff, a expectativa para o desempenho dos mercados melhorou e o CEO previu mais dificuldades para atrair e reter talentos, com os negócios de gestão aquecidos. A solução seria montar uma gestora com um modelo de sociedade.

Garcia, por sua vez, iniciou sua carreira em 1998 no Opportunity, como analista de risco. Já em 2001, contudo, estava na ARX e desde o início, tocando a estratégia “long and short”.

Diante dos acontecimentos recentes provocados pela epidemia de coronavírus nos mercados, os principais riscos enfrentados pelos dois gestores tiveram papel central na conversa.

Tovar chamou atenção para a crise brasileira vista no fim da década de 1980, com um dilema fiscal e hiperinflação, e preocupações com uma troca de governo. E, é claro, para a crise financeira de 2008, tida como “mais solitária” para o mercado.

Garcia, por sua vez, cita a crise pré-eleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2002, como um dos grandes aprendizados de sua carreira, com lições deixadas como a importância da liquidez.

Sobre a crise de 2008, o CIO da Truxt assinala que tudo foi colocado sob desconfiança, sendo o maior teste de estresse da história.

É possível conferir o episódio completo e os anteriores do Outliers por Spotify, Deezer, Spreaker, Apple e demais agregadores de podcast.

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