Brasil tem reguladores que entendem o valor de cripto, diz executivo da Coinbase: “EUA ficaram para trás”

Corretora americana anunciou o lançamento de seu produto de varejo para o mercado nacional nesta terça-feira (21)

Paulo Barros

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O Brasil é um bom exemplo de reguladores entendem o valor de cripto e de Web3, e que estão promovendo um ambiente de debate saudável em torno desse tema no mundo, disse Fábio Plein, diretor da Coinbase para as Américas. A corretora, uma das maiores do mundo e líder nos EUA, lançou seu produto de varejo nesta terça-feira (21) no país.

Segundo o executivo, as criptomoedas acabam sendo um dos temas dentro de uma agenda mais ampla de inovação do Banco Central e da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), fazendo com que o Brasil tenha espaço para ser um dos líderes do debate global da inovação financeira, e como cripto pode participar desse processo.

“O Brasil é um dos países que está avançando muito na criação de um arcabouço regulatório que proteja os usuários e possibilite que a indústria de cripto siga inovando e melhorando a vida das pessoas. Nesse momento, a nossa visão é de que os Estados Unidos estão ficando para trás nessa discussão”, apontou Plein em entrevista ao InfoMoney.

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Nos EUA, reguladores pressionam empresas do setor cripto como meio de criar barreiras contra uma possível “nova FTX”, após a exchange de Sam Bankman-Fried colapsar em novembro. Players do segmento, no entanto, se queixam de um ambiente de incertezas, sem um conjunto de regras claro que possa ser seguido.

Autoridades também estão de olho em projetos famosos. Na semana passada, o presidente da Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (a SEC), Gary Gensler, disse que tokens como o Ethereum (ETH) se enquadrariam no conceito mais amplo de securities e, por isso, precisariam buscar registro junto ao regulador.

No Brasil, o cenário é mais ameno. Embora reguladores ainda não tenham expressado opiniões mais claras com relação a criptomoedas específicas, o presidente da CVM, João Pedro Nascimento, disse em fala recente durante evento promovido pelo grupo empresarial Lide que os EUA estão “em outro momento”, e que, no Brasil, ainda não haveria motivo para se preocupar com questões como o enquadramento do Ethereum ou do staking, o mecanismo em que investidores depositam criptomoedas para ajudarem na segurança de uma blockchain, em troca de rendimento em ativos digitais.

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“Os sinais que a gente vem tendo são otimistas, a gente se sente confortável para estar presente e lançar nossa operação no Brasil vendo reguladores com essa abertura para o debate, para a colaboração, para construir algo positivo para a sociedade”, contou o executivo da Coinbase.

Plein não revelou se a Coinbase consultou diretamente os reguladores sobre o tema do staking — um dos produtos que passam a ser oferecidos no Brasil a partir de agora —, mas esclareceu que a companhia tem  muita segurança de que o portfólio de soluções lançados hoje está em linha com a regulamentação. “É sim algo que para o mercado brasileiro funciona bastante”.

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Paulo Barros

Editor de Investimentos