Brasil é um caso de “mean reversion” e isso deixa Luis Stuhlberger mais otimista com os ativos por aqui

Os insights captados no Verde Day, evento anual da Verde Asset, do renomado Luis Stuhlberger

Lucas Collazo

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Caros(as) leitores(as),

Para quem está no mercado financeiro ou apenas investe, acompanhar o humor e os pensamentos dos grandes investidores é algo muito importante a ser feito. Entender o que se passa nessas mentes que gerem uma montanha bilionária de dinheiro pode indicar muitos fatores.

As melhores casas de investimento possuem times muito competentes e com pesquisas profundas. Além disso, o fato de movimentarem um caminhão de recursos financeiros dá um bom cheiro do que podemos esperar do fluxo.

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Essa semana, tivemos um evento bem relevante nesse contexto que eu citei: o evento anual da Verde Asset, mais conhecido como “Verde Day”. Para quem não é familiarizado, é uma das gestoras de recursos mais tradicionais do Brasil, casa de Luis Stuhlberger, um dos gestores mais vitoriosos da história do nosso país.

O evento era restrito a convidados, mas quem faz parte da comunidade Stock Pickers no Telegram teve acesso à cobertura do evento em tempo real – e gratuita, clique aqui caso você ainda não faça parte. Hoje trago aqui um “shot de otimismo” com algumas leituras que tive:

Daniel Leichsenring, economista-chefe da Verde, abriu o dia com um (inédito) otimismo em relação ao cenário macro brasileiro. Vários fatores externos fazem crer que teremos uma relação dívida/PIB mais bem endereçada.

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Ele até brincou sobre o tema dizendo que o Brasil iria bem a despeito de “você”, que no caso seria a condução das políticas pública e econômica do País. Um dos pontos mais importantes foi a visão estrutural do dólar mais fraco que, aliás, nesse momento, parece estar caro frente a uma cesta de moedas do mundo.

O PIB brasileiro recorrentemente surpreendeu para cima as expectativas do mercado (e da própria Verde) ao longo do tempo. Esta semana, por exemplo, tivemos a divulgação de um dado forte nesse sentido. Acho que essa linha deve seguir ocorrendo e ajudando a equalizar melhor a situação fiscal.

Estava sentado ao lado do meu amigo João Braga, fundador e gestor da Encore, ex-sócio de Stuhlberger. Trabalhou junto ao Daniel durante muitos anos e disse para mim: “caramba, nunca o vi tão otimista”. Esse painel me marcou muito.

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Ao fim do dia, depois de outros painéis incríveis, Stuhlberger subiu ao palco para fechar o evento. Entre outros pontos, vou destaque as principais posições de sua carteira:

19,5% em ações e 13% em crédito no Brasil. Na parcela global, 9,8% em ouro, 2,2% em crédito, 4,4% em ações e 1,4% em petróleo.

Uma posição razoável em bolsa brasileira, mas ainda ligeiramente abaixo da média histórica da casa. Quase 10% em ouro, com uma tese do dólar perder sua função como reserva de algumas geografias que culmina na compra da commodity por parte dos bancos centrais dessas regiões.

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Além dessas posições, Stuhlberger abriu uma tabela com suas proteções:

Em resumo, as posições que mais me chamaram atenção na parcela de hedge: muitos gestores brasileiros apostando na alta de juros no Japão, o humor com Brasil está melhorando cada vez mais (o que pode ser bom para a bolsa) e a leitura de S&P como um índice “caro” segue presente.

Stuhlberger pontuou ainda algo curioso sobre “como operar Brasil”: somos um caso de “mean reversion”, compre quando tudo parece horrível e venda quando tudo parece maravilhoso. Essa síntese foi uma das melhores que já ouvi.

Lucas Collazo

Host e conselheiro no fundo do Stock Pickers | Especialista em alocação e fundos de investimento no InfoMoney