Bolsas, crédito e petróleo impulsionam fundo Verde em meio a rali “desproporcional” nos mercados em julho

Diante de posicionamento "extremamente" negativo, até mesmo uma pequena melhora provocaria avanço grande em relação à mudança de fundamento, diz gestora

Mariana Segala

Luis Stuhlberger (Foto: Germano Lüders)

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Depois de um mês de junho negativo, julho rendeu para o fundo Verde, da gestora homônima liderada por Luis Stuhlberger. A carteira obteve ganhos com as posições de bolsa, tanto no Brasil
quanto no exterior, com os ativos de crédito high yield (com remuneração acima da média, assim como nível de risco) e com a exposição ao petróleo. O retorno foi de 1,54% no mês, contra 1,03% da taxa do CDI, referência de rendimento de muitos multimercados.

Segundo carta da gestora aos cotistas, a melhora dos mercados se estendeu durante todo o mês passado – e até os primeiros dias de agosto – por dois motivos. Um deles, técnico: o posicionamento do mercado “extremamente exacerbado do lado negativo” até junho levou até mesmo uma pequena melhora a provocar “um rali desproporcional à mudança de fundamentos”.

O segundo motivo, na visão da Verde, foi a percepção de que as taxas de juro de prazo longo nos Estados Unidos e em outros mercados alcançaram um pico. “A combinação de taxas de desconto mais comportadas e sentimento exageradamente pessimista causou um movimento bastante forte de melhora dos mercados”, diz o documento.

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O Verde havia elevado a exposição ao risco nas bolsas e no crédito em junho, o que contribuiu de maneira importante para performance do Verde em julho. Na ponta oposta, as posições que geraram perdas para o fundo no período foram as tomadas em juros nos mercados desenvolvidos (que se beneficiam da alta das taxas) e em inflação implícita no Brasil, a exposição ao real e a compra de ouro.

“Não esperávamos um rali de tal magnitude, mas víamos oportunidade de alocar capital a preços bem interessantes. Esta disciplina de gestão será fundamental para navegar um período que
promete ainda ser bastante volátil”, diz a carta. No mercado brasileiro, os impulsionadores foram os fatores globais, aliados à redução do “ruído local” conforme “os políticos focam suas energias na campanha eleitoral”.

“Acreditamos que um estreitamento da diferença entre os dois candidatos [à presidência, Jair Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva] é bastante provável nos próximos dois meses, num fenômeno típico de incumbente buscando reeleição. Será interessante acompanhar a leitura dos mercados para tal fenômeno”, ressalta o documento.

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Nas suas movimentações mais recentes, o Verde voltou a aumentar as posições tomadas em juro nos Estados Unidos e manteve a aposta em inflação implícita no Brasil, ouro e petróleo.  “Aproveitamos o rali para reduzir a alocação em bolsa global, e mantivemos a posição de ações brasileiras”, informa a gestora. Enquanto a posição comprada em real (por meio de opções) foi zerada, a em créditos high yield globais permanece na carteira.

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Mariana Segala

Editora-executiva do InfoMoney