BlackRock coloca defesa de direitos humanos e natureza no radar

Gestora pretende pressionar empresas sobre políticas relacionadas aos direitos humanos, bem como biodiversidade, desmatamento e água

Bloomberg

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(Bloomberg) — A BlackRock, que fez declarações ousadas sobre a mudança climática, agora pretende pressionar empresas sobre políticas relacionadas aos direitos humanos, bem como biodiversidade, desmatamento e água.

A maior gestora de ativos do mundo disse que vai pedir às empresas nas quais tem participações que identifiquem e mostrem como pretendem prevenir abusos contra os direitos humanos e fornecer informações “robustas” sobre essas práticas. A BlackRock também solicitará que as companhias mostrem como adotaram práticas sustentáveis em relação ao ar, água, terra, minerais e florestas, de acordo com relatório de governança divulgado na quinta-feira.

Em ambos os casos, a gestora de Nova York disse que pedirá às empresas que expliquem o papel do conselho na supervisão da abordagem dessas questões e pode votar contra conselheiros que não agirem.

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“Uma empresa que não supervisiona de forma eficaz os riscos relacionados ao uso de recursos naturais pode enfrentar consequências negativas decorrentes de riscos regulatórios, de reputação ou operacionais”, disse a BlackRock no relatório. Funcionários, consumidores e investidores esperam cada vez mais que as empresas administrem todos os impactos ambientais e sociais “para preservar sua licença social para operar”.

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O CEO da BlackRock, Larry Fink, se comprometeu no ano passado a colocar a sustentabilidade no centro da filosofia de investimento da empresa. Desde então, grupos ambientais como o Sierra Club e Amazon Watch pediram uma ação mais contundente, incluindo a revisão das práticas de votação da empresa.

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A BlackRock administrava cerca de US$ 8,7 trilhões em ativos no final de 2020, cerca de dois terços dos quais eram em produtos de rastreamento de índices de gestão passiva. A empresa está entre os cinco maiores acionistas de cerca de 99% das empresas do índice S&P 500, de acordo com dados da Bloomberg Intelligence.

Desmatamento e água

Mais da metade da produção econômica global depende da natureza, de acordo com o Fórum Econômico Mundial. A BlackRock disse que perguntará às empresas como preservam a biodiversidade e a saúde do ecossistema, e sobre o uso responsável da energia. A gestora pretende abordar com empresas temas como desmatamento e proteção de águas doces e oceanos.

A BlackRock disse que está particularmente interessada em como as empresas têm se comportado nas comunidades em que operam, seja localmente ou por meio de suas cadeias de suprimentos.

O grupo ambientalista Amazon Watch disse que as medidas da BlackRock são bem-vindas, mas que não vão longe o suficiente. Moira Birss, diretora de clima e finanças da Amazon Watch, diz que a BlackRock não conseguiu identificar expectativas transparentes, cronogramas e consequências para a inação das empresas nessas questões.

“A BlackRock deve adotar uma política definitiva de antidesmatamento e de direitos humanos com mecanismos de responsabilização claros que resultem em melhorias concretas para as comunidades, ecossistemas e o planeta”, disse Birss.