Bitcoin toma fôlego e reduz perdas após ataques do Irã a Israel

Dados da Coinglass mostram que cerca de US$ 1,5 bilhão em posições de derivativos apostando na alta de criptomoedas foram liquidadas na sexta e no sábado, um dos movimentos mais pesados em pelo menos seis meses

Bloomberg

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O Bitcoin se recuperou de forte liquidação vista no sábado, enquanto investidores digerem as perspectivas de uma escalada militar no Oriente Médio. A criptomoeda subiu até 5,9% e foi negociada em torno de US$ 64.600 às 11h deste domingo (14). Criptomoedas menores, como Polkadot (DOT) e Uniswap (UNI) subiram mais de 10%, enquanto o Ethereum (ETH) avançou 5%.

Com a maioria dos mercados fechados, as criptomoedas, que operam 24 horas por dia, foram as primeiras a reagir à escalada geopolítica após o Irã lançar um ataque de centenas de drones e mísseis contra Israel no sábado (13), em retaliação por um ataque na Síria atribuído a Israel que matou dois generais iranianos.

“Mais investidores do que o normal podem estar optando por expressar suas visões de mercado por meio de criptomoedas”, observou David Lawant, chefe de pesquisa da FalconX.

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Enquanto Israel se preparava para um ataque, a tensão prejudicou as bolsas na sexta-feira (12) e impulsionou ativos de refúgio como o dólar e títulos americanos. Dados da Coinglass mostram que cerca de US$ 1,5 bilhão em posições de derivativos apostando na alta de criptomoedas foram liquidadas na sexta e no sábado, um dos movimentos mais pesados em pelo menos seis meses.

Posições alavancadas “ficaram completamente sobrecarregadas nos últimos três dias, o que fez com que os preços se deteriorassem sensivelmente” nos ativos digitais, disse Zaheer Ebtikar, fundador do fundo cripto Split Capital, em entrevista à Bloomberg.

Os mercados de ações no Oriente Médio operavam no vermelho no domingo. As ações de Israel zeravam ganhos anteriores e eram negociadas em ligeira queda durante a manhã.

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Uma escalada militar significativa entre Israel e o Irã – que os EUA e o G7 tentam frear – testaria a noção de que o Bitcoin e outros criptoativos podem servir de refúgio em tempos de turbulência, uma opinião frequentemente expressa por defensores da classe de ativos. Quando a Rússia invadiu a Ucrânia no início de 2022, as criptomoedas estavam nos primeiros dias de um colapso do mercado que durou até o final daquele ano.

O Bitcoin chegou a cair cerca de 18% em relação ao recorde de meados de março, de mais de US$ 73.700. A demanda por fundos negociados em bolsa dedicados nos EUA, que estreou em janeiro, ajudou o ativo a atingir um nível mais alto, mas as entradas líquidas para os produtos esfriaram recentemente.

Os especuladores de criptomoedas estão aguardando o chamado halving do Bitcoin, que reduzirá pela metade as emissões da moeda, e é esperado por volta de 20 de abril. Historicamente, o halving provou ser um vento favorável para os preços, mas há dúvida crescente sobre se o evento desta vez, com o Bitcoin já tendo superado sua máxima história, já está ao menos parcialmente precificado.