Bitcoin resiste a pressão de venda pós-ETF e sobe pelo 5º mês seguido; o que vem agora?

Criptomoedas menores subiram até 126%, em movimento concentrado em ativos pouco conhecidos - tendência inversa entre as maiores quedas

Paulo Barros

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O Bitcoin (BTC) passou por maus bocados após a aguardada aprovação dos primeiros ETFs (fundos de índice) com exposição direta ao ativo nos Estados Unidos. Apesar de um ensaio de alta, os dias seguintes à novidade foram de liquidação em massa e queda acumulada que chegou a passar de 20%. Mas, passada a crise inicial, a criptomoeda caminha para fechar o mês em campo positivo – pela quinta vez seguida.

Até às 15h30 desta terça-feira (30), o Bitcoin registrava ganhos de 2,3% em janeiro, o menor da sequência de cinco meses de avanços que começou em setembro, com salto de 4%. Em outubro, o BTC subiu 28%, e somou mais 8% e 12% de alta nos meses seguintes. No total, a moeda digital fechou 2023 com valorização de mais de 150%.

“O Bitcoin saiu em novembro de 2022 dos US$ 15,5 mil aproximadamente e chegou a bater US$ 49 mil, é um lucro bem considerável para esse período de 14 meses”, destaca Helena Margarido, especialista em criptoativos e COO da tokenizadora Kodo Assets, que considera natural a realização de lucros vista após a aprovação dos 11 ETFs nos EUA.

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O desempenho modesto do Bitcoin também se deveu aos resgates do GBTC, um trust de Bitcoin que só permitiu saques quando virou ETF neste mês, lembra William Lee, head de cripto da InvestSmart. “Houve uma saída muito apressada de volume, o que fez o preço do ativo se deteriorar”.

Confira o desempenho das principais criptomoedas em janeiro:

CriptomoedaPreçoDesempenho
Bitcoin (BTC)US$ 43.377+2,30%
Ethereum (ETH)US$ 2.370+2,90%
Solana (SOL)US$ 104+1,10%
BNB (BNB)US$ 310-2,40%
XRP (XRP)US$ 0,524-16,20%
Fonte: CoinMarketCap

Com o Bitcoin resistindo à pressão de um evento de “compra no boato, venda no fato”, diversas criptomoedas menores aproveitaram o espaço para deslanchar em janeiro. A maioria, porém, é desconhecida – começando pela maior ganhadora, Pendle (PENDLE), com disparada de 126% no período. O projeto permite criar tokens negociáveis de rendimentos futuros de outros investimentos em cripto.

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Outros destaques incluem Sui (SUI), Manta Network (MANTA), Celestia (TIA) e Ronin (RON) – a cripto mais conhecida do grupo, conhecida pelo elo com o jogo Axie Infinity, e que registrava alta de cerca de 44% em 30 dias até a tarde desta terça-feira (30). “Não podemos ignorar a RON, que está voltando com tudo para o mercado, querendo liderar o segmento deles”, avalia Margarido.

As 5 maiores altas de criptomoedas em janeiro:

CriptomoedaPreçoDesempenho
Pendle (PENDLE)US$ 2,75+126,70%
Sui (SUI)US$ 1,55+93,50%
Manta Network (MANTA)US$ 3,57+57,50%
Celestia (TIA)US$ 18,30+50,90%
Ronin (RON)US$ 2,73+43,80%
Fonte: CoinMarketCap

Entre as maiores baixas, o inverso: destaque para velhas conhecidas, como PancakeSwap (CAKE) e Gala (GALA), a campeã de ganhos de 2022, com recuos de 26% e 24,30%, respectivamente.

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As 5 maiores baixas de criptomoedas em janeiro:

CriptomoedaPreçoDesempenho
Sats (1000SATS)US$ 0,0005234-35,30%
BitTorrent (BTT)US$ 0,0000008584-27,60%
PancakeSwap (CAKE)US$ 2,62-26,00%
Algorand (ALGO)US$ 0,1679-25,60%
Gala (GALA)US$ 0,233-24,30%
Fonte: CoinMarketCap

O que vem agora?

Enquanto voltam aos poucos aos ativos de risco, avalia a COO da Kodo Assets, os investidores deverão se preocupar com mais uma ameaça de curto prazo para os ativos digitais: outra venda no fato na chegada do halving, evento que ocorre a cada quatro anos que marca o corte pela metade na taxa de inflação do Bitcoin. O próximo está previsto para abril deste ano.

Apesar disso, a criptomoeda seguiria promissora para o longo prazo. “No geral, acredito que estamos em um bull market e que o mercado de criptomoedas terá um boom nos próximos meses”, falou Margarido.

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Para Lee, um ponto positivo é a tendência de mais países oferecerem ETFs de BTC. “Com a aprovação do ETF nos Estados Unidos, subiram alguns pedidos para registrar também ETFs na Bolsa de Hong Kong. Assim, podemos ver mais países com a criação de ETFs, produtos do mercado financeiro, no mercado de cripto”.

Paulo Barros

Editor de Investimentos