BC da China cutuca bancos americanos “amigos” das criptomoedas e pede mais regulação

Recentemente, três instituições bancárias dos EUA preferidas para negócios com criptos entraram em colapso

Bloomberg

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Um funcionário de alto escalão do banco central chinês pediu uma regulamentação mais forte das finanças digitais, citando o recente colapso de bancos dos Estados Unidos envolvidos em transações de criptoativos.

“Riscos e fraudes associadas às criptomoedas, incluindo os dois bancos americanos que enfrentaram problemas depois de fornecer muitos serviços para o mercado cripto, desde depósitos até liquidação, mostraram que os reguladores devem respeitar as regras ao inovar na regulamentação”, disse Xuan Changneng, vice-governador do Banco do Povo da China (PBoC, o banco central chinês), em um painel no Fórum Boao para a Ásia.

Embora deva haver espaço suficiente para inovação, as autoridades precisam “verificar e confirmar as novas tecnologias aplicadas a vários modelos e produtos financeiros, em vez de simplesmente aceitá-los ou aprová-los”, disse ele. “A filosofia, a tecnologia e a capacidade de regulamentação devem ser atualizadas para garantir que a inovação financeira não ocorra à custa da estabilidade financeira”, falou.

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Xuan não nomeou os bancos dos EUA, mas as três instituições bancárias no centro da atual crise do setor  – Silvergate Capital Corp, Signature Bank e Silicon Valley Bank – foram, pelo menos em um ponto, consideradas amigos do setor cripto nos EUA. Os promotores do país estavam investigando o trabalho do Signature Bank com clientes de ativos digitais antes de os reguladores fecharem a empresa.

As autoridades chinesas têm uma abordagem linha-dura com a indústria de criptomoedas faz bastante tempo. Em 2017, o PBoC declarou ilegais as ofertas iniciais de moedas (ICOs, na sigla em inglês) e pediu que todas as atividades de arrecadação de fundos relacionadas fossem interrompidas imediatamente, desferindo um golpe no então florescente mercado de vendas de tokens que os reguladores consideravam uma ameaça à estabilidade financeira.

Liao Min, vice-ministro das finanças, falou durante o mesmo painel sobre a possível fragmentação da infraestrutura financeira digital daqui para frente. Ele disse que a China precisa se envolver “profundamente” na cooperação internacional e na coordenação da elaboração de padrões para o setor.

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Li Bo, vice-diretor administrativo do Fundo Monetário Internacional (FMI), acrescentou que os bancos centrais em todo o mundo devem considerar a digitalização de suas reservas como parte das medidas para melhorar a eficiência dos pagamentos internacionais.

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