Bancos apostam no mercado de previdência privada, com liderança absoluta de vendas

Dados da Anapp mostram que bancos respondem por 88% do volume de vendas de planos de previdência; Bradesco é líder

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SÃO PAULO – Um dos fenômenos mais interessantes quando analisamos o mercado de previdência privada e de seguros no Brasil diz respeito ao que denomina-se de bancassurance, que consiste, basicamente, na atuação, cada vez maior diga-se de passagem, dos bancos no segmento de distribuição de seguros e planos de previdência.

Em países em que o mercado de previdência privada é mais desenvolvido, pelo próprio fato de existir há mais tempo, a atuação dos bancos é um tanto quanto restrita nesta área, de forma que as seguradoras desempenham um papel de destaque quando o assunto é distribuição dos produtos de seguros e previdência. É o que se vê nos Estados Unidos, por exemplo.

Bancos dominam 88% do mercado de previdência privada

Neste sentido, considerando-se somente o mercado de planos de previdência privada, os dados da Anapp (Associação Nacional da Previdência Privada) mostram um domínio absoluto dos bancos no que se refere à distribuição destes produtos. Para se ter uma idéia da dimensão da participação destas instituições no mercado, os bancos responderam por nada menos que 88% das vendas de planos de previdência até setembro deste ano.

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De acordo com os dados da Anapp, o Bradesco Vida e Previdência continua na liderança absoluta do mercado, respondendo por uma expressiva parcela de 38% das vendas de planos de previdência privada entre janeiro e setembro deste ano. Segmentando-se por produto, no caso dos VGBLs (Vida Gerador de Benefício Livre), a participação do Bradesco Vida e Previdência é ainda maior, chegando a 53% das vendas no mesmo período.

O fato do Bradesco ser o maior banco privado do país facilita bastante sua posição de liderança no mercado de planos de previdência, à medida que favorece um aproveitamento natural da base de clientes do banco. Além disso, a própria estrutura do banco tende a ajudar, uma vez que os planos de previdência tornam-se um produto adicional na “prateleira” de produtos financeiros do banco.

Itaú tem 2ª maior participação na venda de VGBLs

Ainda no mercado de planos de previdência como um todo, o segundo lugar fica com o segmento de vida e previdência do Itaú – o Itaúprev – com uma fatia de 15% das vendas de planos entre janeiro e setembro deste ano. Tal tendência é novamente constatada quando analisamos o mercado de VGBLs de maneira separada, no qual o Itaúprev detém uma parcela de 25% de participação.

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No caso dos PGBLs (Plano Gerador de Benefício Livre), o Itaú cai para a quarta colocação no ranking de venda destes produtos, com uma participação de 9% no mercado. Na sua frente, ficam o Bradesco Vida e Previdência, com uma fatia de 34% do mercado, a Brasilprev, com 12%, e o Unibanco AIG, com 11% de participação na venda total de PGBLs, considerando-se em todos os casos o período entre janeiro e setembro deste ano.

Com relação aos Planos Tradicionais, a briga pela liderança do mercado fica entre o Bradesco Vida e Previdência e a Brasilprev, sendo que o primeiro possui uma parcela de 22% deste mercado, enquanto a Brasilprev detém 20% das vendas do produto, segundo os dados da Anapp. Em terceiro lugar temos o Unibanco AIG, com 13% do mercado, e depois o Itaúprev, com 7% do total de vendas de Planos Tradicionais.

Seguradoras ficam para trás no mercado de previdência

Com a presença cada vez maior dos bancos no segmento de distribuição de produtos de previdência privada, as seguradoras vêm perdendo participação na venda de planos de previdência, conforme pode ser constatado nos dados da Anapp. Para se ter uma idéia, quando analisamos as vendas de planos de previdência como um todo, as oito primeiras posições do ranking são ocupadas por bancos.

Percebe-se, assim, que a tendência de fortalecimento do bancassurance no Brasil ganha cada vez mais força, especialmente pelo fato de os bancos verem no mercado de vida e previdência um nicho bastante próspero, considerando-se as dificuldades pelas quais passa a Previdência Social no país. Dessa maneira, tal como projeta-se um maior crescimento da previdência privada no país, pode-se dizer o mesmo em relação à participação dos bancos neste mercado.