B3 lança plataforma de ativos tokenizados para serviços de financiamento coletivo

O novo serviço da B3 terá liquidação financeira via Pix, controle de titularidade e rastreabilidade das operações, com opções customizáveis para plataformas de crowdfunding

Equipe InfoMoney

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A B3 lançou nesta terça-feira (16) uma plataforma de ativos tokenizados para auxiliar a captação de recursos por empresas de crowdfunding. Desenvolvida em parceria com a B3 Digitas, divisão especializada em produtos para ativos digitais, a solução é customizável e poderá atender qualquer serviço de financiamento coletivo.

Atualmente, mais de 60 plataformas de crowdfunding reguladas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) realizam captações primárias junto aos investidores. A solução desenvolvida pela B3 possibilitará a tokenização dos Contratos de Investimento Coletivo (CICs) e dos ativos emitidos durante as captações primárias.

Esses tokens poderão ser negociados pelas plataformas que utilizam a tecnologia da Bolsa, com liquidação financeira via Pix, controle de titularidade e rastreabilidade das operações.

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“O uso de plataformas de financiamento coletivo muitas vezes é o primeiro passo das empresas no mercado de capitais”, diz Jochen Mielke de Lima, CEO da B3 Digitas. “Estamos trazendo para o mercado uma solução que possibilita ao setor de crowdfunding oferecer um ambiente para que os investidores possam transacionar sua participação em startups e pequenas e médias empresas.”

A B3 ofertará a infraestrutura para tokenização e negociação de ativos e não atuará como contraparte central nem interferirá nas operações feitas, que continuarão sendo gerenciadas pelas plataformas de crowdfunding, assim como o relacionamento com startups, empresas e investidores.

Como funciona a tokenização

A tokenização é o processo de converter ativos tradicionais, como imóveis, ações, títulos ou commodities, em tokens (representações digitais). Esses tokens são então registrados e transferidos em uma blockchain, uma espécie de banco de dados imutável e compartilhado que registra as transações dos usuários.

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O setor, um braço do mercado de criptomoedas, é relativamente novo e começou a ganhar corpo no mundo em 2018, quando os primeiros ativos financeiros foram tokenizados nos Estados Unidos e na Europa. No Brasil, os projetos ganharam vida há cerca de seis anos, com empresas que já atuavam no mercado de moedas digitais, como a exchange Mercado Bitcoin (MB) e a startup Liqi, investida da Kinea.

Assim como as criptomoedas, que só recentemente começaram a sair do “limbo regulatório”, a indústria da tokenização está engatinhando no mundo todo, e no Brasil não é diferente. Foi só em que a 2020 a CVM lançou um sandbox regulatório (ambiente experimental em que é permitido operar com regras diferentes por um período) para testar iniciativas do setor.