B2W, CVC, Magazine Luiza: as ações que estão na carteira dos melhores fundos do país

O melhor fundo de ações do período foi o Alaska Black BDR Nível 1, seguido pelo Neo Future e pelo Apex Infinity 8 Long Biased. Conheça a estratégia dos gestores

Diego Lazzaris Borges

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SÃO PAULO – As gestoras Alaska, Neo e Apex têm os melhores fundos de ações do país. Essa é uma das conclusões da primeira edição do ranking InfoMoney-Ibmec, que premiou os melhores fundos do mercado.

Com base numa metodologia desenvolvida pelo Ibmec, uma das principais escolas de finanças e negócios do Brasil, o ranking analisou o desempenho dos fundos nos últimos três anos, e não apenas em 12 meses, porque o objetivo é premiar a consistência de resultados. Foi medido o retorno e também o risco das carteiras.

O melhor fundo de ações do período, segundo esses critérios, foi o Alaska Black BDR Nível 1. Em segundo lugar, ficou o Neo Future e, em terceiro, o Apex Infinity 8 Long Biased. 

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Alaska Black FIC FIA BDR Nível 1

Retorno em 12 meses: 46,96%
Retorno em 36 meses: 515,22%

O Alaska Black é um dos fundos brasileiros que mais chamaram atenção nos últimos anos e não é para menos: o fundo vem entregando resultados invejáveis aos seus cotistas. Além de investir em ações de empresas brasileiras, os gestores Henrique Bredda e Ney Miyamoto tem mandato para operar câmbio e BDRs (recibos de ações de empresas internacionais que são negociados aqui).

No entanto, a estratégia principal desde 2016 tem sido ficar 100% comprado em ações de companhias nacionais e apostar na queda do dólar. “Achamos que a Bolsa está mais barata em dólar do que em real”, disse Bredda ao InfoMoney.

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O fato de comprar Bolsa e vender dólar denota a posição agressiva da equipe de gestão. Mas Bredda gosta de deixar claro que o fundo é flexível. “Nós estamos arrojados porque faz sentido neste momento. Quando não fizer, podemos ficar mais conservadores”, afirma.

O Alaska Black é um dos fundos de ações disponíveis na plataforma da XP Investimentos. Abra já sua conta – é de graça!

O case que mais chamou atenção do mercado foi o de Magazine Luiza. As ações da varejista se valorizaram quase 8.000% desde 2016 e ajudaram a impulsionar as cotas do Black, que chegou a ter mais de 20% do patrimônio líquido investido na companhia – hoje a exposição está na faixa de 11% do PL. “Quando começamos a investir a empresa valia R$ 200 milhões. Hoje vale R$ 30 bilhões”.

Neo Future FC FIA

Retorno em 12 meses: 7,73%
Retorno em 36 meses: 250,41%

O fundo tem uma estratégia pouco comum: sua carteira é altamente concentrada. Atualmente, investe em apenas três ações – e revela o nome de apenas duas, porque a terceira ainda é uma alocação recente e eles preferem não divulgar. São elas: a operadora de turismo CVC e a empresa de aluguel de veículos Localiza. “Queremos ter mais ações, mas primeiro buscamos relevância para depois buscar mais empresas. Independentemente do tamanho da sua participação, se você tiver uma cabeça de dono e dedicação e ferramentas para isso, você pode contribuir de maneira significativa no aumento de valor da companhia”, diz Henrique Alvares, um dos fundadores da Neo e gestor do fundo.

A estratégia dos gestores é buscar investimentos de longo prazo em companhias líderes de segmentos fragmentados, com capacidade de crescer de maneira orgânica ou via aquisições e que possam se consolidar nos mercados em que atuam. “Nosso desafio é encontrar empresas bem-sucedidas, que tenham capacidade de se manter em ascensão e ganhar market share. O crescimento-alvo que buscamos é de 20% ao ano tanto de receita quanto lucro”, explica Rodrigo Colmonero, outro gestor responsável pela alocação do Neo Future.

No caso da locadora de veículos, Colmonero destaca a capacidade de ganho de participação de mercado tanto na área de aluguel de carros como na gestão de frota. “A empresa tem um posicionamento importante na questão da mobilidade urbana. As pessoas estão se locomovendo de maneira diferente, usando alternativas como a locação de carros, e esse é um tema fundamental atualmente”, diz Colmonero.

Já a CVC é líder de mercado e tem capacidade de crescimento Brasil e América Latina. “A empresa tem olhado cada vez mais para os clientes para entregar a melhor experiência de viagem e aumentar o market share com crescimento de lucro acima de 20% ao ano”, diz. “É uma companhia que atua em todas as frentes: turismo de lazer, corporativo, e agora entrou no intercâmbio. O viajante usa de todas as formas, depende do momento”, afirma o gestor.

Outras 7 empresas estão sendo avaliadas de perto e podem entrar na carteira do fundo. “Ficamos muito próximos dos acionistas das empresas e quando acharmos que é o momento vamos investir”.

Com alguns de seus sócios egressos do mercado corporativo, o fundo gosta de participar ativamente do processo de gestão das empresas. Para isso, eles podem tentar uma cadeira no Conselho. “Não é um pré-requisito, mas gostamos de ser relevantes e apoiar os acionistas que lideram a empresa. Cada um de nós tem uma especialidade: o Henrique geralmente atua nos Conselhos. Já o Rodrigo ajuda as empresas a formar sua estratégia. E eu auxilio a parte financeira”, afirma Patrick Pereira, um dos gestores do Neo Future”.

Apex Infinity 8 Long Biased FC FIA

Retorno em 12 meses: 30,44%
Retorno em 36 meses: 125,9%

Os últimos anos foram desafiadores para a equipe de gestão do Apex Infinity 8 Long Biased. Eventos políticos como o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, em 2016, o escândalo envolvendo Michel Temer e a JBS, em 2017, além de todo o processo eleitoral de 2018 fizeram a volatilidade dos ativos ir para as alturas. “Nós tentamos ao máximo fugir desses movimentos”, afirma Fábio Spínola, sócio-fundador e responsável pela gestão do fundo.

Para isso, eles olham principalmente papéis que se destacam pela qualidade de gestão da empresa e que normalmente sofrem menos com esse tipo de acontecimento.  “Tentamos encontrar teses de investimento de longo prazo, de companhias com uma equipe gerencial que consiga gerar valor para as ações”.

Isso não quer dizer que eles descartem investir em estatais. Mas só o fazem quando enxergam que existem fortes assimetrias a seu favor. “Nós somos agnósticos, não temos preconceito contra empresas do governo. Entendemos que sempre há certo risco político, mas tentamos minimizar. Continuo achando que Banco do Brasil ainda está barato, por exemplo”, afirma.

Em 2019 e equipe está otimista com o mercado após a mudança de governo. No entanto, para que as boas perspectivas se concretizem é necessário que a Reforma da Previdência seja aprovada. “Existe essa condição. As contas fiscais são a principal fraqueza da nossa economia”, alerta Spínola.

“Se a fragilidade fiscal for resolvida – e não houver uma grande crise internacional – teremos uma avenida aberta para a recuperação econômica por alguns anos.  Existe a possibilidade de se manter os juros baixos por mais tempo e diminuir a taxa de desemprego”, afirma Spínola.

Criado em abril de 2013, o Apex Infinity 8 Long Biased acumula um retorno de 143,5% desde o início, ante alta de 65,98% do Ibovespa no mesmo período.

Entre as posições do fundo o gestor destaca o case de B2W. “Com as vendas estabilizadas e o market place mantendo forte crescimento, o volume de negócios deve crescer 30% em 2018 [os números do ano passado ainda não foram divulgados]. Acreditamos que estes resultados sejam evidências da boa gestão da empresa tanto em tecnologia quanto em logística e serviço”.

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Além da varejista, eles ainda têm posição em empresas como a CVC. “Com a estabilização da moeda e a confiança trazida pelas eleições, as vendas voltaram a acelerar e a CVC entregou um sólido crescimento de 10% nas reservas. Com a alavancagem operacional e as sinergias obtidas na integração da Visual e Trend (adquiridas em 2017), o lucro deve crescer mais de 20%”, afirma a Apex em relatório aos cotistas.

Diego Lazzaris Borges

Coordenador de conteúdo educacional do InfoMoney, ganhou 3 vezes o prêmio de jornalismo da Abecip