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Como ficará o cenário econômico em 2025? Quais os melhores investimentos para esse ano? Renda fixa ou variável? Para responder a estas e outras questões, o InfoMoney promoveu na última semana, de 13 a 16 de janeiro, um grande debate com as melhores cabeças da área financeira. Ao final de quatro dias de discussões, o Onde Investir 2025 trouxe luz para que os investidores possam escolher seus caminhos daqui para frente.
Gestão patrimonial e sucessão foi um dos temas dos painéis do evento, realizado na última quarta-feira (15). Pedro Falcone, advogado especializado em gestão patrimonial do escritório Mattos Filho, e Marcos Macedo, head de alocação na Faros Multi Family Office, falaram sobre a necessidade de se planejar antecipadamente para melhor organizar a sucessão e proteger o patrimônio.
Para os especialistas quanto antes alguém se senta para planejar, mais se pode garantir segurança. “Iniciar o quanto antes é importante porque não há uma receita de bolo pronta quando o assunto é sucessão patrimonial”, afirmou Falcone. A explicação é que cada caso é um caso e, dependendo da complexidade da família e do patrimônio, a solução precisa ser adaptada, de acordo com Macedo.
A situação fica ainda mais complicada, especialmente, quando houver patrimônio no exterior. Isso sem falar no aumento do Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação de Quaisquer Bens ou Direitos (ITCMD).
“Cada família vai ter uma realidade financeira e há diferentes produtos para as mais variadas rendas, que podem ser instrumentos utilizados para sucessão. Por isso, é preciso pensar na estratégia de alocação para cada realidade”, disse Falcone.
“Para famílias com maior complexidade tanto patrimonial quanto de integrantes, transmissão de cotas de fundo pode ser a melhor opção”, disse Macedo.
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Ele explicou ainda que, diante das novas necessidades dos clientes, foi preciso constituir um escritório fora do país para atendimento de famílias com patrimônio maior e com maior complexidade, tanto de carteira quanto de realidade familiar (eventualmente, composta por casamentos diversos, filhos de diferentes relacionamentos, etc).
“Para essas realidades, a constituição de investimentos no exterior via PJ/PIC (Private Investment Company) pode garantir transmissão mais sofisticada, com adiamento de alguns impostos”, afirma o especialista.
Macedo afirmou que quanto mais o tempo avança, mais as famílias vão ficando conservadoras nos investimentos. “Mas no caso de uma família que já está mais estruturada, pode ser relevante diversificar seu patrimônio e considerar produtos também no exterior.
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Mesmo em caso de famílias mais conservadoras ao investir, é importante que sejam observadas diversas classes de investimento, porque o maior risco que essas pessoas podem ter é não correr o risco correto”, afirma Macedo.
O head da Faros alertou ainda para o fato de que hoje o serviço de planejamento sucessório estar muito concentrado em famílias com patrimônios consolidados. Porém, há instrumentos importantes que podem ajudar na construção de um patrimônio, pensando onde investir e entender quais são os veículos mais importantes para estruturação desses ativos.
“Previdência e seguros são importantes na carteira, porque são boas opções tanto em diversas realidades financeiras quanto para alguma situação adversa”, disse Macedo.
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Falcone alertou ainda para o fato das mudanças tributárias complicarem ainda mais as decisões. “Porém, não dá para tomar decisões no planejamento sucessório pensando apenas no fiscal. Dependendo do perfil da família, a proteção cambial também deve integrar o planejamento sucessório”, disse.
Mesmo admitindo que o tema seja difícil para a maioria das famílias, o processo deve ser iniciado cedo para que seja possível desenhar o que se quer para o futuro. “Quanto mais cedo se começar o planejamento da sucessão mais fácil fica. Ao nos anteciparmos, podemos usar instrumentos mais eficientes para garantir o desejo de quem vai deixar o patrimônio”, disse o Falcone.