As ações mais recomendadas pelos analistas para comprar em abril; Alupar sai da lista e Vale lidera isolada

Papéis ligados a commodities dominaram, mais uma vez, as indicações compiladas pelo InfoMoney para este mês

Bruna Furlani

(Getty Images)

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A forte subida no preço das commodities, juntamente com a alta de juros mundo afora, seguiu embalando o otimismo de investidores internacionais com o Brasil, especialmente em ações de empresas produtoras de matérias-primas e bancos.

Na avaliação de Fernando Ferreira, Jennie Lie e Rebecca Nossig, da XP, o fluxo externo para a Bolsa brasileira deve continuar nos próximos meses. Em relatório, eles defenderam que a forte exposição do Ibovespa ao setor de bancos e commodities, assim como a falta de alternativas mais sólidas em outros mercados emergentes, ajudaram a manter o fluxo nos últimos meses – sem contar o valuation (preço) atrativo da Bolsa aliado a um real mais valorizado frente ao dólar.

Soma-se a isso o alto nível dos juros no País, o que pode ajudar a melhorar o retorno em dólares para investidores estrangeiros e garantir mais fluxo.

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Por isso, mais uma vez, a maior parte das recomendações compiladas pelo InfoMoney para abril seguem focadas em empresas produtoras de commodities, com destaque para os papéis da Vale (VALE3), com nove indicações.

Na sequência, entram as ações de Suzano ([ativo=SUZB3)], que receberam cinco indicações. Empatadas na segunda posição, com o mesmo número de recomendações, estão ainda os papéis da Petrobras (PETR4) e do Itaú Unibanco (ITUB4).

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Por último, estão as ações da varejista Arezzo (ARZZ3), com quatro recomendações. A empresa é a única representante com foco mais doméstico no levantamento compilado pelo InfoMoney.

A razão, explicam analistas, é que a companhia trabalha mais com segmentos de maior renda e que portanto, devem ser menos afetados do que outros concorrentes do varejo.

Todos os papéis citados acima já estavam na compilação de carteiras feita em março. A única alteração feita neste mês envolve a saída da empresa de geração e transmissão de energia elétrica Alupar (ALUP11).

InfoMoney reúne as carteiras recomendadas de ações de dez casas de investimentos mensalmente, selecionando os cinco nomes mais citados pelas corretoras consultadas. O número pode ser maior, caso haja empate.

Confira a seguir as cinco ações mais indicadas para abril de 2022, a quantidade de recomendações e o desempenho de cada papel em março, em 2022 e em 12 meses:

Empresa Ticker Nº de recomendações Retorno em março Retorno em 2022 Retorno em 12 meses
Vale VALE3 9 7,58% 27,34% 14,05%
Suzano SUZB3 5 0,15% -7,16% -18,59%
Itaú Unibanco  ITUB4 5 7,97% 31,53% 22,41%
Petrobras PETR4 5 -1,62% 17,57% 70,76%
Arezzo ARZZ3 4 11,03% 17,47% 29,70%
Ibovespa  – 6,06% 14,48% 2,89%

Fontes: Ágora, Ativa, BB Investimentos, BTG Pactual, Elite, Genial, Guide, Órama, Santander Corretora, XP Investimentos e Economatica

Veja agora a visão dos analistas, divulgada em relatório, para cada uma das ações recomendadas em abril:

Vale (VALE3)

Mais uma vez, em primeiro lugar, estão as ações da Vale, com nove recomendações. Na passagem de março para abril, os analistas da XP aumentaram o peso dos papéis da mineradora na carteira de 10% para 15%.

Em sua justificativa, os especialistas da casa destacaram que os preços do minério de ferro devem ser negociados em “níveis considerados saudáveis” daqui para frente.

“Apesar do rali recente, esperamos que a commodity se beneficie da demanda pós-lockdown na China e das restrições do lado da oferta”, afirmaram. “Além disso, ainda vemos pagamentos de dividendos relevantes no futuro, dados os níveis saudáveis dos preços de minério de ferro, cobre e níquel”, acrescentaram.

Suzano (SUZB3)

Com cinco recomendações, empatada com as ações de Petrobras e Itaú Unibanco, ficaram os papéis da Suzano. De acordo com os analistas da Ágora, a empresa de papel e celulose representa a principal escolha da corretora para se posicionar no setor neste ano.

Os analistas, no entanto, não esconderam que o cenário atual de desvalorização do dólar contra o real e as pressões inflacionárias com restrições relevantes de oferta podem prejudicar parcialmente o resultado da empresa em 2022.

Apesar disso, eles afirmaram que os preços mais altos da celulose podem ser um poderoso fator de compensação e portanto, diminuir tais pressões no balanço da Suzano.

Aliado a isso, eles pontuaram que a valorização do real frente ao dólar não pode ser vista como algo essencialmente negativo, já que pode ajudar a reduzir o endividamento da empresa, que tem a sua dívida dolarizada.

Isso sem contar que o múltiplo EV/Ebitda também pode ficar mais atraente. Na prática, esse indicador compara o valor da empresa com sua capacidade de geração de caixa.

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Itaú Unibanco (ITUB4)

Na segunda colocação, com cinco recomendações de corretoras estão os papéis do Itaú Unibanco. Neste mês, há um empate nas indicações das ações do banco com os da Suzano e da Petrobras.

Diante de um cenário inflacionário mais resiliente e de taxas de juros mais altas por mais tempo, os analistas do BTG Pactual decidiram aumentar a exposição a bancos na carteira, com destaque para a elevação da participação do Itaú Unibanco, de 10% para 15%, agora em abril.

De acordo com Carlos Sequeira e Osni Carfi, do BTG Pactual, a expectativa é de que o Itaú Unibanco entregue um crescimento de receita líquida com juros (NII), em torno de 15% no primeiro trimestre deste ano, na comparação anual.

Outro destaque é o fato de que o banco deve manter os níveis de inadimplência inferiores ao patamar pré-pandemia, o que é bastante positivo, segundo os especialistas do banco.

Embora a ação tenha andado bastante nesse ano, ambos defenderam que a instituição financeira deve seguir com desempenho acima dos pares nos próximos trimestres, reforçando a visão de que é um banco premium.

Petrobras PN (PETR4)

Também com cinco recomendações estão as ações preferenciais da Petrobras. Embora a empresa tenha se envolvido em uma série de polêmicas recentes sobre a política de preços da petroleira, Ricardo Peretti, estrategista pessoa física do Santander, afirmou que tem recomendação de manutenção para as ações da companhia em abril.

A visão mais construtiva com a empresa, diz, tem como foco o compromisso da companhia em acelerar a descarbonização. Segundo ele, isso pode contribuir para aumentar a confiança de investidores internacionais e ajudar a mitigar os riscos ambientais associados ao processo de extração, produção e refino de petróleo.

Peretti, no entanto, não negou que a recente troca no comando da empresa com a indicação de Adriano Pires e a demissão do general Joaquim Silva e Luna deve fazer com que a empresa seja monitorada ainda mais de perto nos próximos meses.

“Acreditamos que os agentes de mercado acompanharão de perto as primeiras falas do indicado quando assumir a presidência da estatal, buscando por indícios que reforcem a independência da política de preços da Petrobras”, destacou.

Arezzo (ARZZ3)

Quatro recomendações foi o número de indicações recebidas pelas ações da Arezzo em abril, que ficou em terceiro lugar entre os papéis mais recomendados. Para os analistas da XP, um dos destaques é que a companhia conseguiu reforçar o caixa com uma oferta subsequente (follow-on) bem sucedida no início de fevereiro.

Outro ponto, dizem, é que há uma expectativa de que a Arezzo mantenha os resultados fortes no primeiro trimestre deste ano, diante da demanda das compras de fim de ano e da chegada da primeira coleção de roupas femininas da Schutz.

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Levando tudo isso em conta, eles afirmam ainda que a empresa continua a ser um nome de alta qualidade com sólidas perspectivas de crescimento orgânico por meio das marcas, como Ana Capri, Vans e Reserva.

Os três argumentaram também que a Arezzo deve se manter mais resiliente do que os pares nesse cenário de menor crescimento e juros mais altos porque trabalha mais com o público de classe média e de alta renda.

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