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As ações estrangeiras que podem proteger a carteira em cenário delicado lá fora

Energia e consumo essencial, entre outros, são vistos como setores que podem ajudar investidor a se defender em momento de incerteza

Ana Paula Ribeiro

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Investir em ações no exterior já é desafiador por si só, mas o campo fica ainda mais minado com o cenário atual de juros americanos no maior patamar em 16 anos, com risco de recessão nos Estados Unidos ainda presente, tudo em meio à intensificação da guerra no Oriente Médio.

Mas, com a seleção correta de papéis, especialistas alegam que é possível ao menos proteger a carteira.

Isso porque alguns setores, como energia e bens de consumo, podem resistir melhor a momentos de incerteza como o atual – e, com isso, servir de defesa.

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Marcos de Marchi, economista-chefe da Oriz Partners, destaca as grandes petrolíferas na Bolsa americana, que se beneficiam da alta do preço do petróleo. O barril do Brent voltou a ser negociado perto de US$ 90.

“Aqui vemos um risco pouco assimétrico. Qualquer erro de cálculo de Israel ou do Hamas pode trazer para dentro do conflito países produtores de petróleo, como Irã, Líbano e Arábia Saudita. Isso pode exacerbar a questão de energia, já que as rotas oceânicas poderiam ser afetadas. Mas ainda há incertezas”, explica.

No fim de semana, Israel iniciou uma nova fase do conflito e disse ter bloqueado um míssil terra-ar disparado do Líbano contra um de seus drones. Em paralelo, as autoridades libanesas emitiram orientações caso tenham que esvaziar o aeroporto de Beirute, conforme cresce a tensão na fronteira. Oficialmente, no entanto, países produtores de petróleo não entraram no conflito.

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Já o outro segmento está atrelado ao desempenho da economia americana. Mesmo que não ocorra uma recessão, Marchi vê uma desaceleração do consumo, que acabaria ficando concentrado em bens essenciais.

“São itens (produtos de limpeza, higiene pessoal, alimentos) que, independentemente do ciclo econômico, têm uma demanda cativa. É um bom segmento para estar posicionado. Mesmo sem recessão, a economia vai desacelerar e o consumidor vai procurar menos itens de alto valor”, avalia.

Para exposição aos setores, Marchi sugere o investimento em ETFs:

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ETFs de bens de consumo

ETFs de energia

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Stock picking

Para Gianluca Di Mattina, analista Hike capital, afirma que em um momento de incerteza o melhor é buscar empresas resilientes, com boa rentabilidade, fluxo de caixa, pouco alavancada e que também sejam pagadoras de dividendos – no caso do mercado americano, ele sugere as que tenham um dividend yield de ao menos 2,5% ao ano.

“Nesse período conturbado na economia global, preferimos setores econômicos resilientes, pouco vulneráveis a um cenário de estresse na economia causado por juros e inflação elevados. Priorizamos empresas cuja demanda por produtos seja inelástica e descorrelacionada do PIB doméstico e global”, diz.

Com essas premissas, também são os papéis de energia que se destacam nas escolhas do analista da Hike, como Exxon Mobil (XOM), EOG Resources (EOG) e Otter Tall (OTTR). Já no setor bancário, a casa olha para JP Morgan (JPM) e Bank of America (BAC), enquanto Abbvie e Bristol Myers Squibb (BMY) são menções no setor farmacêutico.

Papéis de telecomunicações também estão entre as recomendações da Hike, com atenção para Verizon (VZ) e America Movil (AMX).

Gerson Brilhante, analista da Levante, também tem no radar as ações da Charter Communication (CHTR), por ter uma base de clientes cativo em meio a uma demanda crescente por conectividade; e no Mercado Livre (MELI) por explorar serviços financeiros na América Latina.

Por fim, Brilhante também sugere estar posicionado em energia, mais especificamente, na Chevron (CVX).

“A Chevron, como uma das principais empresas de energia do mundo, se beneficia de situações em que os preços do petróleo sobem devido a conflitos armados e guerras em regiões produtoras de petróleo. Durante esses períodos, a demanda por petróleo muitas vezes supera a oferta, o que resulta em preços mais altos”, explica.

Tecnologia ainda compensa?

Fabrício Gonçalvez, CEo da Box Asset Management, vê ainda chances de alocação em papéis de tecnologia, mas mais especificamente naqueles que deixaram o topo nas últimas semanas, como Tesla (TLSA), Apple (AAPL), Microsoft (MSFT) e Alphabet (GOOG).

A justificativa do gestor está baseada na queda recente desses papéis. “Apple já esteve em patamares de US$ 200 e hoje está em torno de US$ 170.”

Confira a seguir os papéis americanos recomendados por especialistas para proteger a carteira de ações diante do cenário adverso no exterior:

Energia

Finanças

Setor farmacêutico

Telecomunicações

Tecnologia

Ana Paula Ribeiro

Jornalista colaboradora do InfoMoney