Aposta unânime de gestores de multimercados é de elevação de 1,5 ponto na Selic, para 10,75% ao ano

Para 28% dos gestores, a Selic deve estacionar em 12% ao ano no fim do ciclo. Para outros 28%, a taxa chegará a 12,25% ao ano

Mariana Segala

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O Banco Central anunciará, no fim da tarde desta quarta-feira (2), o novo nível dos juros básicos da economia, a Selic. Entre os gestores de fundos multimercados, a aposta unânime é de que a taxa sofrerá uma elevação de 1,5 ponto percentual, atingindo o patamar de 10,75% ao ano.

A informação foi levantada pela equipe de fundos da XP junto a 36 gestores de estratégias multimercado macro ao longo de segunda (31) e terça-feira (1).

Se confirmada a expectativa dos gestores, o ciclo atual de aperto monetário somará uma alta de 8,75 pontos percentuais e será o mais intenso desde 1999. Na época, em meio à crise cambial, o BC aumentou a Selic em 20 pontos porcentuais de uma vez só.

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O ciclo atual começou em março de 2020, quando os juros básicos da economia ainda estavam no menor patamar da história, em 2% ao ano. Na visão predominante entre os gestores, ele deve prosseguir até maio – ao menos essa é a expectativa de dois terços dos entrevistados. Para pouco menos de um terço, o ciclo pode se encerrar ainda em março.

Para 28% dos gestores, a Selic deve estacionar em 12% ao ano no fim do ciclo. Para outros 28%, a taxa chegará a 12,25% ao ano. Essas são as apostas mais numerosas.

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Segundo o levantamento, a mediana das projeções dos gestores para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) é de 0,20% em 2022. Para a inflação, medida pelo IPCA, o ponto central das expectativas é de um avanço de 5,50% neste ano – meio ponto acima do teto da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para 2022, que é de 5%.

Alocação das carteiras

Diante das expectativas para a Selic, 78% dos gestores que participaram do levantamento da XP afirmam que atualmente ou não têm posições em juros, ou têm aposta de pequena a média na queda dos juros futuros. Os restantes, ao contrário, afirmam possuir aposta pequena a média na alta dos juros futuros.

Mais da metade dos gestores – mais precisamente, 52% – acreditam que haverá alta na Bolsa local e, por isso, têm aposta pequena ou média nesse sentido. Outros 6% têm uma aposta “importante”. A confiança no desempenho da B3 é maior que a verificada nos levantamentos anteriores.

Sobre o mercado de câmbio, 45% dos gestores acreditam que haverá queda do dólar contra o real e 16% indicam esperar o contrário, uma alta. Uma fatia de 39% dos participantes afirmam não possuir posições em dólar no momento.

Nos níveis de preços atuais, 31% dos gestores afirmam enxergar as maiores oportunidades de investimentos em juros de países desenvolvidos (posições tomadas), enquanto 16% apontam os juros brasileiros (posições aplicadas). Para 15%, as oportunidades estão na Bolsa e para 13%, no câmbio (com posições compradas em mercados emergentes e vendidas em dólar).

Participaram do levantamento as gestoras: Absolute, Ace Capital, ARX, ASA Investments, Asset 1, AZ Quest, Bahia Asset, Blue Line, Canvas Capital, Claritas, Gap Asset, Garde, Gauss Capital, Genoa Capital, Greenbay Investimentos, Grimper Capital, Ibiuna, Itaú Asset, Kairós, Kapitalo, Kínitro Capital, Legacy, Macro Capital, Novus, Opportunity, Pacífico, Perservera, Porto Seguro Investimentos, Quantitas, SulAmérica, Truxt, Ventor, Vinci Partners, Vinland, Western Asset e XP Asset.

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Mariana Segala

Editora-executiva do InfoMoney