Aposta de elevação da Selic para 11,75% é majoritária entre gestores de multimercados, segundo pesquisa da XP

Com a eclosão da guerra e a subida no preço de uma série de commodities, agora 50% das gestoras possuem aposta em que o real se valoriza contra o dólar

Bruna Furlani

(GettyImages)

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Mesmo diante de um quadro de inflação que inspira cuidados, a aposta majoritária (96%) de gestores de fundos multimercados do tipo macro é de que o Comitê de Política Monetária (Copom) eleve a Selic em 1 ponto percentual nesta quarta-feira (16), para 11,75% ao ano.

A visão está em linha com o comunicado da última ata do Copom, em que o Comitê destacou que os próximos passos envolviam a redução do ritmo de ajuste da taxa básica de juros.

O levantamento foi feito pela XP Investimentos, com 26 casas, entre segunda-feira (14) e terça-feira (15) desta semana. Apenas 4% das casas responderam que esperavam altas maiores de 1,25 ponto percentual.

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A pesquisa também trouxe mudanças sobre os próximos passos do Copom. Agora, 72% dos gestores disseram que o ciclo de alta dos juros deve se estender até junho e não mais até maio, como previa o levantamento anterior. Chama a atenção também o fato de que 12% das gestoras acreditam que o BC pode ir além e elevar os juros até agosto deste ano.

Com a piora do quadro geopolítico em meio ao conflito entre Rússia e Ucrânia, quatro em cada dez casas (36%) agora esperam que a Selic termine em 13,25% ao ano no fim de 2022. Anteriormente, o ponto médio das apostas estava em uma taxa básica de juros encerrando o ano o ciclo em 12%. E apenas 8% das gestoras veem potencial para que a taxa básica de juros avance até 13,75%.

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Os ajustes, no entanto, não ficaram restritos à Selic. Levantamento da XP mostrou ainda que a mediana das projeções das gestoras para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) teve uma piora expressiva: saltando de 5,50% em fevereiro para 6,76% em março.

Por outro lado, as casas estão um pouco mais otimistas com o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano, que agora pode subir 0,50%, de acordo com a mediana das projeções. O percentual é maior do que os 0,20% previstos em janeiro deste ano.

Há um otimismo maior também sobre o real. Se antes, a mediana das estimativas dos gestores em fevereiro apontava que o dólar terminaria o ano em R$ 5,50, agora as expectativas giram em torno de um dólar a R$ 5,25.

Mudanças nas carteiras

Com a eclosão da guerra e a subida no preço de uma série de commodities, agora 50% das gestoras possuem uma aposta em que acreditam na valorização do real contra o dólar.

Destaque para as alocações em Bolsa brasileira. Embora o cenário atual possa ser mais favorável para commodities, o que pode beneficiar o Ibovespa, metade das casas está com uma posição entre pequena e média no mercado local acionário.

Por outro lado, 38% das casas não estão com posições em Bolsa local, ou com operações não-direcionais em Bolsa local, o que mostra desconfiança do mercado em relação à performance do mercado acionário brasileiro.

As dúvidas também seguem grandes com relação aos juros no Brasil: segundo pesquisa da XP, nenhum dos gestores que respondeu à pesquisa disse ter apostas importantes, nem para a alta dos juros, nem para a queda do mesmo.

Em compensação, se o cenário parece difícil localmente, do ponto de vista externo, as apostam seguem firmes: levantamento mostrou que o risco está mais alocado no exterior para 55% das casas.

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