Apesar de rentabilidade menor, brasileiro continua procurando poupança

A captação no mês passado ficou positiva em R$ 5,115 bi, resultado de R$ 98,845 bi de depósitos e R$ 93,729 bi de retiradas

Gabriella D'Andréa

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SÃO PAULO – Apesar das mudanças na rentabilidade da caderneta de poupança, os investidores continuam procurando a aplicação. Segundo dados do Banco Central divulgados nesta quinta-feira (5), a captação (diferença entre depósitos e saques) no mês passado ficou positiva em R$ 5,115 bilhões, resultado de R$ 98,845 bilhões de depósitos e R$ 93,729 bilhões de retiradas ocorridas no período de 1 até 29.

Em maio, os depósitos superaram as retiradas em R$ 6,262 bilhões (R$ 105,776 bilhões de aplicações e R$ 99,514 bilhões de saques).

O principal motivo das aplicações em poupança terem crescido, mesmo após as novas regras do Governo em relação à rentabilidade da caderneta, é a sobra de dinheiro na conta dos brasileiros. “As pessoas estão cansadas de se endividar e a poupança é o caminho natural dessa sobra”, é o que explica o educador financeiro e Gerente Geral do INI (Instituto Nacional de Investidores) Mauro Calil.

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Mas, segundo ele, ainda falta informação sobre outros investimentos e o brasileiro está sempre com o orçamento justo. Sendo assim, quando sobra dinheiro, quem sai ganhando é a poupança. “Essa não é uma decisão consciente, pois as pessoas desconhecem outros tipos de investimentos e ficam apenas na poupança”, afirmou Calil.

Novas regras
A partir do dia 4 de maio, toda vez que a Selic cair para 8,5% ao ano ou menos, a poupança passa a remunerar seus aplicadores com 70% da Selic ao ano mais TR (taxa referencial). Quando a Selic estiver acima de 8,5% a.a., a regra permanece a mesma: TR mais 0,5% ao mês.

Na última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), encerrada no dia 30 de maio, a nova rentabilidade da poupança foi “ativada”, já que a taxa foi reduzida para 8,5% ao ano.

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De acordo com o Ministério da Fazenda, com a Selic neste patamar, o rendimento mensal da poupança fica em 0,48% mais TR. Em um cenário em que a taxa básica recuar para 8% a.a, a rentabilidade passa a ser de 0,46% ao mês mais TR e, a cada corte, ficará ainda menor.