Adeus, Tesouro Direto? Melhor renda fixa de janeiro paga o triplo dos títulos públicos

Segundo Anbima, resultado está ligado à queda de expectativa por cortes de juros no exterior

Leonardo Guimarães

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O investimento de renda fixa que entregou o melhor retorno da cesta de ativos monitorada pela Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) superou com folga os rendimentos dos títulos públicos em janeiro. O índice IDA-DI, que espelha o desempenho das debêntures atreladas ao CDI, rendeu 1,39% no mês passado, três vezes mais que IMA-Geral, composto por papéis do Tesouro Direto.

Marcelo Cidade, economista da Anbima, explica que aplicações de curto prazo e indexadas aos juros tiveram desempenho melhor por causa dos resultados mais altos do que o previsto na inflação do Brasil e melhora na atividade econômica americana, “que diminui as chances de antecipação para o início de redução dos juros”. 

As debêntures isentas de Imposto de Renda, refletidas pelo índice IDA-IPCA Infraestrutura, avançaram 0,67% em janeiro, enquanto os papéis sem benefício fiscal, representados pelo IDA-IPCA ex-infraestrutura, entregaram retorno de 0,40%. A carteira geral de debêntures marcadas a mercado (IDA Geral) apresentou retorno de 1,08% em janeiro. 

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Nos prefixados, os papéis com vencimento em até um ano (IRF-M 1) entregaram retorno de 0,83% em janeiro, enquanto os títulos com prazos superiores a um ano (IRF-M 1+) avançaram 0,60%. 

Nos títulos públicos, o melhor desempenho de janeiro ficou com o índice IMA-S, que reflete o desempenho do Tesouro Selic, com retorno de 0,99%. No geral, os títulos públicos marcados a mercado, refletidos no IMA, tiveram retorno de 0,47%.

Por outro lado, títulos atrelados à inflação sofreram: o índice IMA-B 5+, que representa a rentabilidade de ativos com prazo de pelo menos cinco anos, recuou 1,47% no primeiro mês do ano.