As melhores pagadoras de dividendos até junho e as novas favoritas do mercado

BR Distribuidora, Itaúsa e BB Seguridade se destacam nos últimos 12 meses, mas foco recai agora sobre ações da IRB

Mariana Zonta d'Ávila

SÃO PAULO – Com a persistência dos juros baixos no Brasil e a expectativa crescente de novos cortes da Selic já em julho, investidores estão cada vez mais de olho em alternativas que ofereçam maiores retornos para os seus portfólios. Como fator de risco, entretanto, parte do mercado já mostra preocupação com os níveis de preços atuais da Bolsa, com múltiplos mais esticados e oportunidades menos óbvias. Ainda que o sentimento otimista continue, o espaço para ganhos começa a ser visto como mais limitado.

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Nesse ambiente, há, contudo, um grupo de ações que continuam a se colocar como atrativas, diante do perfil mais defensivo, que pode não oferecer tanto espaço para valorização, mas compensar com os lucros compartilhados com os investidores, em meio a negócios mais estáveis e previsíveis. Essa parcela do mercado se refere às empresas boas pagadoras de dividendos.

No primeiro semestre, o Índice Dividendos (Idiv) acumulou ganho de 18,67%, superando a alta da ordem de 15% do Ibovespa. Como retorno passado não é garantia de rentabilidade futura, a dúvida do investidor é saber quais ações estão entre as preferências do mercado para garantir hoje uma renda periódica, a partir da distribuição de lucros dessas companhias.

Levantamento do InfoMoney com dez casas de análise (XP, Rico, Santander, Guide, Coinvalores, Necton, Bradesco, Elite, Genial e Terra) mostra que a principal aposta recai agora sobre os papéis da IRB (IRBR3), com cinco menções, desbancando a eleita de junho, Itaúsa (ITSA4).

Na sequência, aparecem os papéis de AES Tietê (TIET11), B3 (B3SA3), Itaúsa (ITSA4), Taesa (TAEE11) e Transmissão Paulista (TRPL4), com quatro recomendações cada. Demais ações mencionadas incluem Banrisul (BRSR6), Energias do Brasil (ENBR3) e Telefônica Brasil (VIVT4).

Confira a seguir um ranking com as melhores pagadoras de dividendos nos últimos 12 meses e a mediana de retorno anual pago nos últimos três anos, até junho. Vale lembrar que retorno passado não é garantia de rentabilidade futura.

As maiores pagadoras de dividendos em 12 meses
Nome Ticker Dividend yield em 12 meses Dividend yield a.a. em 36 meses
BR Distribuidora BRDT3 14,47% 13,67%
Itaúsa ITSA4 11,68% 10,80%
BB Seguridade BBSE3 11,68% 6,31%
Telefônica Brasil VIVT4 11,25% 5,95%
Taesa TAEE11 10,96% 10,28%
Eletrobras ELET6 10,14% 8,51%
Engie Brasil EGIE3 10,11% 8,81%
Itaú Unibanco ITUB4 9,33% 8,14%
Cielo CIEL3 8,98% 4,08%
Banrisul BRSR6 8,89% 7,68%

Fonte: Economatica

A preferida

Dentre as justificativas para a escolha da IRB, a Santander Corretora destaca a posição dominante da companhia no mercado de resseguros brasileiros, uma carteira mais ampla do que a de seus concorrentes e um extenso banco de dados de acidentes, o que permite preços mais alinhados ao mercado.

“Segundo nossas projeções, IRB continuará apresentando ROE, dividend yields e crescimento de lucro por ação maiores que seus pares internacionais, o que deve fazer com que a empresa ganhe notoriedade entre os investidores locais e estrangeiros”, escreveu a equipe de análise, em relatório.

Apesar de ser a mais recomendada para julho, com cinco menções, a resseguradora ocupa a 20ª posição no ranking das melhores pagadoras de dividendos, das ações que compõem o Ibovespa, com um dividend yield de 6,03% nos últimos 12 meses, de acordo com dados da Economatica.

Segundo Matheus Soares, analista da Rico Investimentos, a escolha da casa por IRB deve-se à previsibilidade de geração de caixa da companhia, que pode fazer com que a ação continue a distribuir bons proventos nos próximos meses.

Além disso, Soares destaca que a empresa vem crescendo bastante, ampliando sua participação em outros países da América Latina, e é uma das únicas resseguradoras com retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) de 40%. “Diante de uma economia com juros que podem cair para 5,5% ou 5%, um retorno líquido de 6% é bem atrativo”, reforça.

Com relação à líder no ranking dos últimos 12 meses – BR Distribuidora (BRDT3), que entregou um um retorno com dividendos de 14,56% no período –, o analista da Rico afirma que a estatal é menos previsível e, portanto, pode sofrer um maior impacto de mudanças brutas na economia.

No setor elétrico, a Terra Investimentos avalia que a política voltada para oportunidades de aquisições de fontes renováveis da AES Tietê contribui para uma menor exposição ao risco hidrológico. Uma boa governança corporativa e a adoção de práticas sustentáveis na condução dos negócios também estão entre os argumentos que sustentam a recomendação da casa de análise.

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