Para Pimco, chances de uma recessão global superam os 50%

Cenário de menor crescimento global, com inflação e taxas de juros mais baixas, favorece novo ciclo negativo

Mariana Zonta d'Ávila

(Shutterstock)

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SÃO PAULO – Em um cenário de menor crescimento global, com inflação e taxas de juros mais baixas, podemos estar próximos de uma nova recessão. É o que acredita a gestora americana Pimco, que tem US$ 1,8 trilhão em ativos sob gestão.

Em teleconferência com investidores nesta quinta-feira (30), a instituição, especializada em investimentos de renda fixa, afirmou que, analisando um horizonte de três a cinco anos, as chances de uma recessão global superam os 50%.

Apesar de ressaltar que seria uma recessão branda, Joachim Fels, consultor econômico global da Pimco, afirmou que a retomada levaria mais tempo do que o previsto, com um caminho mais desafiador provocado, em grande parte, pelo espaço limitado de políticas fiscais a serem adotadas tanto no Japão quanto na Europa.

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Nesses mercados mais desenvolvidos, potenciais causas de uma recessão incluem os avanços na guerra comercial entre EUA e China, choques geopolíticos e aumentos significativos de incertezas políticas, bem como uma correção acentuada nos preços dos ativos e uma desaceleração brusca da economia chinesa.

Desta forma, identificar os “turning points” para aumentar os ganhos e gerenciar melhor o portfólio de olho em eventos políticos será fundamental para o investidor lidar com a “disrupção” do mercado de ações, segundo a gestora americana.

Cenário “disruptivo”

Dada a maior expectativa de uma recessão pela frente, a Pimco destaca cinco tendências globais que podem contribuir para uma “disrupção” da economia mundial, com impacto nos mercados financeiros e nos portfólios de investidores nos próximos três a cinco anos.

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São elas: o aumento do populismo político, impactos demográficos, em especial o aumento da longevidade, o avanço das tecnologias e o crescimento da vulnerabilidade dos mercados financeiros, com investidores tomando cada vez mais risco.

Segundo Fels, a volatilidade deve aumentar nos próximos anos e ser maior do que a média alcançada no passado.

Mercados emergentes

Mencionados como um elemento importante nas carteiras de investimento, os mercados emergentes estiveram entre os temas destacados pela gestora americana.

De acordo com a Pimco, a exposição aos emergentes é interessante e pode gerar retornos atrativos. Mas é preciso cautela.

Daniel Ivascyn, diretor de investimentos da gestora, e Fels afirmaram que esses mercados devem estar no radar dos investidores mundiais, em especial no médio prazo. “O caminho não será fácil, mas há oportunidades no longo prazo”, disse Ivascyn.

O destaque da conversa, contudo, foi a China, um dos principais drivers do mercado financeiro e cuja economia pode contribuir para a maior volatilidade dos ativos mundiais, principalmente em um cenário de tensões comerciais com os Estados Unidos.

“A China detém 17% do crescimento econômico mundial e, por ser grande, qualquer quebra ou problema pode impactar no mundo todo”, afirmou Fels. O economista destacou ainda suas preocupações com relação ao protecionismo praticado pela potência asiática, fator que deve contribuir para um agravamento de incertezas caso interfira nas relações internacionais do país.

Na opinião da Pimco, salvo se houver uma reversão no cenário de globalização financeira e comercial, os países emergentes devem continuar a se beneficiar de um aumento da diversificação no portfólio de investidores globais.

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