Para BlackRock, bolsas emergentes vão recuperar perdas de 2018

Gestor espera valorização de ações de empresas que se beneficiam do enfraquecimento do dólar e de companhias que ganham com a melhora da economia chinesa

Bloomberg

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(Bloomberg) — Gordon Fraser, gestor da BlackRock que recomendou ações de empresas brasileiras logo antes da disparada do Ibovespa por causa das eleições no final do ano passado, agora aposta que as bolsas de países emergentes vão recuperar neste ano boa parte do que perderam em 2018.

Com a desaceleração da economia global, o banco central americano (Federal Reserve) dificilmente subirá a taxa básica de juros em 2019, levando à depreciação do dólar e à entrada de dinheiro nos emergentes, prevê Fraser. Ele espera valorização de ações de empresas que se beneficiam do enfraquecimento do dólar e de companhias que ganham com a melhora da economia chinesa.

“Os mercados vão recuperar a maior parte, se não todas, as perdas do ano passado”, projetou Fraser, que trabalha em Hong Kong e ajuda a administrar aproximadamente US$ 40 bilhões em ações de países emergentes. “Todos os principais desafios que os mercados emergentes enfrentaram no ano passado foram superados e a liquidez global voltou a ficar a favor dos mercados emergentes.”

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Ele citou entre os sinais de melhora dessa liquidez o estreitamento do diferencial de juros entre EUA e outros países, cortes de juros ou discussões sobre essa possibilidade pelas autoridades monetárias e também as medidas de apoio à economia lançadas pelo governo chinês. Além disso, os riscos associados à guerra comercial entre EUA e China diminuíram.

Fraser gosta de comprar ativos quando ocorre uma crise. Ele comprou ações brasileiras em junho e julho e sua carteira no País registrou forte ganho após a vitória do presidente Jair Bolsonaro, em outubro. Na Turquia, ele reduziu posições meses antes do colapso da lira em 2018.

O principal fundo de Fraser entregou retorno total anualizado de 18% nos últimos três anos, enquanto o principal índice que acompanha bolsas emergentes avançou 15%. Desde o meio do ano passado, Fraser fez três grandes mudanças nos fundos: reforçou apostas em países que se beneficiam com o dólar fraco, comprou ações que devem avançar com a recuperação econômica da China e priorizou ações de empresas de rápido crescimento, em detrimento daquelas focadas em valor.

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Dólar fraco como tema de investimento

As ações de países emergentes são “altamente correlacionadas” com moedas e títulos de dívida, portanto ações de empresas voltadas para a economia doméstica se beneficiam com a desvalorização do dólar, acrescentou Fraser. Ele adquiriu ações de instituições financeiras no México, Argentina e Indonésia por causa deste tema. O peso argentino e a lira turca foram as moedas de pior desempenho no ano passado entre as nações em desenvolvimento.

“Quando uma moeda se enfraquece ou o rendimento dos títulos sobe, geralmente as ações caem”, disse Fraser. “Portanto, se ficamos otimistas em relação a alguma moeda, primeiramente uma maneira perfeita de expressar isso é por meio de uma ação. Os principais fatores por trás do dólar no ano passado não estão mais lá.”

Fraser também aumentou a exposição a ações chinesas, após manter uma alocação substancialmente menor no início do ano passado. Ele citou a potencial aceleração da atividade econômica na esteira de diversas medidas de apoio adotadas pelo governo e pelo banco central local. Os fundos dele investiram mais em ações de empresas de tecnologia e focadas no consumidor chinês.

Os fundos também reduziram posições em empresas de energia e matérias-primas, mas aumentaram a alocação em ações de tecnologia, saúde e consumo discricionário.

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