Retomada econômica pode “bombar” estas 4 ações, segundo analista

O InfoMoney conversou com Karel Luketic, analista-chefe da XP Investimentos, para entender como esses ativos podem performar no próximo ano

Mariana Zonta d'Ávila

(Divulgação)

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SÃO PAULO – O mercado brasileiro reagiu com euforia após a vitória de Jair Bolsonaro (PSL), fazendo com que o Ibovespa fechasse o mês de outubro com alta de 10,19%.

Mesmo com a estabilidade da Bolsa em novembro (até o dia 22 o Ibovespa tinha ligeira queda de 1,48%), há  um cenário de otimismo para 2019 e os analistas acreditam que  as ações com alto beta, ou seja, mais expostas ao “risco-Brasil”, devem ser as mais beneficiadas.

Empresas como Localiza, B2W, Petrobras e Vale possuem  maior sensibilidade à recuperação da atividade econômica doméstica, aos juros baixos e serão favorecidas pelas reformas que devem ser concluídas no próximo governo.

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O InfoMoney conversou com Karel Luketic, analista-chefe da XP Investimentos, para entender como esses ativos podem ser impactados positivamente com o contexto político-econômico atual, além de projeções da instituição financeira para as ações. Confira:

Localiza (RENT3)

A rede brasileira de lojas especializadas em aluguel de automóveis atua nas principais cidades e aeroportos do Brasil e da América Latina. Os juros em um patamar baixo – como precificam as taxas de DI futuro – favorecem o desenvolvimento econômico e  principalmente empresas de varejo – que atuam diretamente com o consumidor final.

Segundo Luketic , a empresa deve continuar entregando forte crescimento nos próximos trimestres, dada a retomada da atividade econômica e o perfil pulverizado do setor, que permite retornos atrativos.

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Ele explica que a companhia se beneficia pela sua escala, que permite a compra de veículos a condições melhores, maior diluição dos custos fixos e ainda, um risco de execução menor no relativo do setor.

“Vemos o papel negociando em 2019 a aproximadamente 23 vezes o P/E (Preço/Lucro, em português) que, apesar de representar um prêmio em relação ao histórico, ainda nos traz potencial de upside com risco de execução menor”, diz.

B2W (BTOW3)

O analista explica que assim como no case de Localiza, o e-commerce também tende a se beneficiar com a retomada da atividade econômica no Brasil. Para ele, o comércio eletrônico ainda é um segmento muito subpenetrado no Brasil, já que representa apenas 4% do varejo.

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Considerando este cenário e a posição de B2W – dona das marcas Americanas.com, Submarino, Shoptime e Sou Barato – como segunda maior empresa no segmento, Luketic afirma que a “companhia está muito bem posicionada para capturar esse crescimento”.

Segundo ele, nos últimos anos a empresa vem aumentando sua participação no mercado, principalmente na área de marketplace, que contribui para uma melhora no capital de giro e no fluxo de caixa, além de margens mais altas. Outra novidade recente anunciada pela companhia foi a Ame Digital, que permite a entrada da B2W no setor de meios de pagamentos e que na opinião de Luketic possui bastante potencial.

Petrobras (PETR4)

Na opinião de Luketic, a Petrobras tende a se beneficiar da agenda de privatizações propostas pelo novo governo. Além disso, a estatal vai continuar a sua reestruturação operacional, que começou há dois anos, e deve continuar com mais força com Bolsonaro – notícia positiva para a empresa.

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O analista-chefe da XP explica que com o resultado das eleições, dúvidas sobre a continuidade efetiva da política de preços devem ser dissipadas, visto que Bolsonaro afirmou que seriam permitidos repasses de petróleo e câmbio para combustíveis.

Outro ponto que merece destaque é o avanço das negociações do Projeto de Lei da cessão onerosa no Senado, que pode gerar uma arrecadação de até R$ 100 bilhões à companhia.

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“Temos recomendação de compra para Petrobras devido ao seu elevado potencial de geração de caixa frente às petroleiras globais, o que na nossa visão não justifica o seu desconto de múltiplo de 15% frente às mesmas”, diz.

Vale (VALE3)

Com relação aos papéis de Vale, a XP acredita que a empresa está em um momento operacional muito bom e deve continuar surpreendendo. Apesar da queda do preço do minério, do petróleo, cobre e outras commodities ao longo dos últimos dois meses, Luketic conta que vê um ambiente de preços de minério sustentável ao longo do próximo ano e que o minério de ferro tem tido um desempenho superior a outras commodities, acumulando 37% contra petróleo, 19% contra o cobre e 18% contra o aço desde agosto-setembro.

“Apesar de ser difícil antever o momento exato, a queda do minério era antecipada, mas é importante destacar que o nível atual ainda é muito saudável, próximo de US$ 65/tonelada”, diz. 

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Além disso, ele destaca que a Vale deve acelerar o pagamento de dividendos a partir de 2019, entrando no maior ciclo de dividendos da história da companhia. “Vemos potencial da empresa pagar um yield de dividendo próximo a 10%”, diz. O analista também acredita que as ações estão negociando a múltiplos atrativos: 5x Ebitda, abaixo da média histórica de 6x.

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