Por que essas duas ações são as queridinhas do momento?

Demanda por papel e celulose mais forte do que o esperado, tanto na China quanto no mundo, deixa analistas otimistas

Weruska Goeking

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SÃO PAULO – As ações da Suzano e da Fibria tiveram suas recomendações elevadas nesta semana pelo Bradesco BBI e pela Citi Corretora. Além dos bons fundamentos apresentados pelas empresas, o momento vivido pelo setor de papel e celulose deixou analistas otimistas com o desempenho nos próximos trimestres.

A equipe de análise da Citi Corretora justificou a melhora de sua recomendação para as empresas diante da avaliação de que os fundamentos da celulose proporcionam “uma oportunidade tática para o fim deste ano”.

Segundo a Citi, um corte de produção inesperado para o segundo semestre mudou o risco e o rebalanceamento do setor para o lado positivo.

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“Os preços da celulose ficarão mais fortes por mais tempo, o que dará impulso nos lucros e atrasará nossa tese anterior de um ciclo de baixa dos preços”, afirmam os analistas da Citi.

A equipe de análise do Bradesco BBI também afirma que a demanda de celulose mais forte, impulsionada por uma combinação de demanda mais forte do que a esperada, é a principal explicação para a elevação de recomendação e preços-alvos.

“Esperamos um mercado de celulose mais apertado para o futuro, mas também pensamos que os riscos no real ante o dólar são assimétricos neste momento, especialmente quando abordamos 2018, um ano de eleição presidencial no Brasil”, explica o Bradesco BBI.

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Uma combinação de fatores impulsiona a visão otimista do Bradesco BBI para o mercado de celulose, como a demanda mais forte do que o esperado tanto na China quanto no mundo. A demanda pela commodity na China cresceu 9% nos últimos 12 meses e a demanda global subiu 4%.

Além disso, também influenciam positivamente a disciplina de suprimento, com grandes produtores de celulose focando efetivamente a estratégia de “valor sobre o volume”, as perspectivas de consolidação do mercado e as interrupções do fornecimento, com a paralisação da fábrica de Guaíba da Melhoramentos CMPC, que tirará 4% da capacidade global de celulose de madeira do mercado no segundo semestre neste ano.

Neste cenário, o Bradesco BBI elevou a recomendação para as ações da Fibria de neutra para outperform (acima da média do mercado, o equivalente a compra) e reiterou a recomendação de compra para os papéis da Suzano.

O preço-alvo para Fibria (FIBR3) foi elevado de R$ 36 para R$ 41, valor 13% maior que no último fechamento, e para Suzano (SUZB5) teve aumento de R$ 17 para R$ 21, patamar 29% acima do fechamento de terça-feira (15).

“Suzano é a nossa principal escolha, impulsionada pela nossa visão de que uma reprecificação relacionada à melhoria dos padrões de governança corporativa/Novo Mercado ainda não foi completada”, conta o Bradesco BBI.

A Citi Corretora elevou a recomendação de ambas as ações de neutra para compra e a expectativa para as ADRs da Fibria de US$ 11,50 para US$ 13,50, alta de 18% em relação à terça-feira (15). Para a Suzano (SUZB5), o preço-alvo das ações em 12 meses aumentou de R$ 16 para R$ 19,60, valor 20% acima do último fechamento.

Com 100% do fluxo de caixa ligado à celulose, a Fibria está bem posicionada para se beneficiar de preços de celulose mais fortes, o que deve aumentar o fluxo de caixa livre mais rápido e acelerar a desalavancagem, segundo a Citi.

O principal risco para a recomendação e expectativas da Citi é uma inflexão mais rápida dos preços da celulose devido ao excesso de oferta e uma taxa de câmbio desfavorável, com maior apreciação do real frente ao dólar e por fim, piora das exportações em detrimento da melhora dos fundamentos locais.