Credit Suisse retoma cobertura de ação e recomenda venda de papel defensivo; entenda

Os analistas acreditam que o mercado sempre pagou um prêmio excessivo pela ação e que seria necessário um crescimento bastante agressivo para justificar o preço do ativo

Weruska Goeking

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 SÃO PAULO – O Credit Suisse retomou a cobertura das ações da Taesa (TAEE11) depois de um longo período de restrição. A recomendação é underperform (abaixo da média de mercado, o equivalente a venda) e o preço-alvo estimado para 12 meses é de R$ 21, valor 5,1% abaixo do fechamento de sexta-feira (7).

 A empresa passou por diversas mudanças no período em que o banco suíço não acompanhou o ativo. Entre elas, cabem destacar os leilões de greenfields que ficaram atrativos e trouxeram mais competição, o que acabou por diminuir um pouco a atratividade dos mesmos.

A taxa de juros básica também caiu de forma considerável e as condições para alavancagem “melhoraram bastante”. Ainda houve mudança na estrutura de controle da Taesa com a substituição do FIP Coliseu (investidor financeiro) pela ISA (estratégico), lembram os analistas Vinícius Canheu e Arlindo Carvalho.

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 “Acreditamos que a Taesa navegou bem este período, trazendo algum crescimento muito necessário no longo prazo para o seu portfólio por meio dos leilões e trouxe questões atenuantes para seu posicionamento futuro com a inclusão da ISA como parte de seu controle”, afirmam os analistas.

 Apesar desses pontos positivos destacados pelo Credit Suisse, os analistas acreditam que o mercado sempre pagou um prêmio excessivo pela ação e que seria necessário um crescimento bastante agressivo para justificar o preço do ativo. Ao mesmo tempo, os analistas reconhecem que o mercado tem estado em busca de papeis defensivos e que Taesa se encaixava muito bem nesse perfil.

 Uma vez que a perspectiva de busca por papéis defensivos deve permanecer dado o momento de incertezas econômicas e políticas no país, por que o Credit Suisse recomenda a venda das ações da Taesa?

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 Os analistas veem dois gatilhos importantes a curto prazo. O primeiro deles é a inflação medida pelo IGP-M “muito baixa”, pressionando os resultados trimestrais e os dividendos de curto prazo, marcando o fim dos rendimentos de dois dígitos historicamente apresentado pela companhia.

 Atualmente o consenso da Bloomberg aponta para dividend yield de 11,5% em 2017, mas o Credit Suisse avalia que esse número deve ficar mais próximo de 8%.

 O segundo gatilho é um potencial desinvestimento da Cemig, com a companhia mantendo cerca de 155 do capital da Taesa, mas com uma composição apenas de ações ordinárias.