Há pouco o que esperar dos fundamentos da Bolsa, diz gestor

Western Asset prevê fraco crescimento de lucros das empresas nos próximos dois anos

Mariana Zonta d'Ávila

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SÃO PAULO – A Bolsa de Valores brasileira continua deixando investidores pouco otimistas. Em relatório referente a janeiro divulgado pela Western Asset, o gestor afirma que o crescimento de lucros das empresas listadas deve ser fraco nos próximos dois anos, se mantendo em 5% em 2016 e 10% em 2017.

Caso este cenário se confirme, o P/L (múltiplo preço/lucro) da Bolsa hoje, considerando os lucros de 2016, está em 16. Porém, para se manter com este múltiplo até o final do ano, a asset diz que a bolsa precisaria subir 16,5% em 2016.

Pelo fato de 16 ser um nível de P/L bem acima da média histórica, manter este patamar será uma tarefa desafiadora. “Avaliamos que uma melhora sensível da percepção dos investidores, que poderia levar a um P/L ainda maior, somente ocorreria com uma mudança significativa dos rumos do governo”, escreve o gestor.

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O relatório destaca ainda que 2016 começou com o pé esquerdo na Bolsa devido a um cenário global de incertezas a respeito do desempenho da China. O medo é de que a desaceleração chinesa afete a recuperação do crescimento global.

CASES

Rumo Logística

A ideia de que a Rumo Logística teria dificuldades ao implementar um aumento de capital para fazer frente aos pesados investimentos necessários fez com que a Western Asset mantivesse posição abaixo do benchmark. Os resultados foram positivos, uma vez que as ações da empresa seguiram em um espiral negativa após a queda do mercado como um todo no início do mês.

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Lojas Renner

Apesar dos desafios que se colocam ao varejo como um todo, a Western Asset acredita no modelo de negócios da Renner e reforça a presença de um ótimo time de gestão e de uma rede de fornecedores confiáveis. A instituição optou por manter a posição acima do benchmark, o que resultou em efeitos positivos, uma vez que o desempenho foi melhor que a média do mercado.

Suzano

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A visão de que dentro do setor de papel e celulose, Suzano continuaria se beneficiando do processo de franca desalavancagem, fez com que a Western Asset mantivesse posição acima do benchmark. A opção, porém, não obteve bons resultados. O relatório informa que a ação sofreu depois de um guidance dado pelo management da empresa, que aconteceu em função dos preços de celulose estarem sob pressão e pela relativa resiliência do Real no mês de janeiro.