“Novo governo pode revolucionar forma de investir no Brasil”, diz advogado tributarista

O advogado tributarista e diretor-geral do curso de relações internacionais da FMU, professor Dr. Manuel Nabais da Furriela, concedeu entrevista exclusiva ao InfoMoney

Arthur Ordones

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SÃO PAULO – O advogado tributarista e diretor-geral do curso de relações internacionais da FMU, professor Dr. Manuel Nabais da Furriela, afirmou que um novo governo pode vir a revolucionar a forma de investir no Brasil por meio de uma reforma tributária.

De acordo com o especialista, esse é um país de tributação complexa, que afugenta o investimento. “Tributam o investimento ao invés de estimulá-lo. É por isso que temos um sistema inflacionário que é complexo de se combater porque o investimento não dá conta de atender demanda neste país, e demanda gera inflação”, explicou.

Para ele, ninguém é capaz de compreender integralmente o nossos sistema tributário, porque ele é extremamente complexo e isso afugenta investidores estrangeiros e brasileiros a colocar dinheiro no país. “Com uma reforma tributária bem feita, poderíamos aumentar de forma descomunal o investimento no país. Do jeito que é hoje, os produtos são caros, com um sistema em cascata que torna o preço deles algo impressionante. Esse é um grande gargalo. O sistema tributário não pode ficar do jeito que está. Ele precisa ser simplificado, claro e inteligente. Tudo que não é. É um sistema descompassado”, disse.

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“Hoje temos um leque de opções pelo mundo, então preferem abrir negócio e colocar dinheiro nos vizinhos do que aqui. Mesmo os brasileiros. Um sistema tributário e simples ia trazer muito investimento para cá. O investidor avalia riscos potenciais e de retorno. Com esse cenário ele foge do Brasil ou coloca muito menos do que poderia aqui”, completou.

No entanto, a pesar de a reforma tributária ser vital para o país, ela só irá se tornar possível após uma reforma política. Segundo Furriela, nos últimos anos, com o que temos observado, alianças condenáveis, de Dilma com partidos nanicos, compuseram no congresso uma base invejável de tamanho, mas que deixou ela totalmente presa a compromissos com esses partidos, que engessaram o governo. “Partidos de extrema esquerda e outros sem identidade. Tem que ter uma reforma política, pois isso tem engessado o governo e trazido muitos problemas de gestão. Por isso, acredito que tenha que vir primeiro uma reforma política, que permita um sistema de formação de governo legítimo, claro para a sociedade e que permita alianças com pessoas do mesmo pensamento político”, afirmou. “As composições hoje não permitem a gestão do país, porque tem que atender demandas políticas. Se você resolve esse grande gargalo, ou pelo menos melhora, depois você consegue aprovar uma reforma tributária sem ter que fazer alianças, sem ter que fazer composições que depois te coloque em obrigações que não dá para atender. Isso vai dar um folego enorme para o governo, então por isso essa é a de primeira ordem. É a reforma política que vai viabilizar todas as outras”, finalizou.