“Câmbio vai decidir as ações que vão subir e cair daqui para frente”, diz analista

De acordo com Adriano Moreno, analista da Futura Investimentos, isso já vem sendo mostrado nos últimos meses, com empresas exportadoras tendo uma alta expressiva de suas ações

Arthur Ordones

Dollars.

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SÃO PAULO – O câmbio neste ano está marcado pela extrema liquidez e volatilidade, devido às perspectivas do mercado de diminuição de estímulos norte-americanos na política monetária, chamados de QE3 (quantitative easing), que visa aumentar a quantidade de dinheiro em circulação na economia.

O anúncio que todos temem ainda não veio, mas a cada sinal de que o fim do programa irá ocorrer, a aversão a risco toma as bolsas de valores mundiais e o dólar dispara perante outras moedas, principalmente de países emergentes, com destaque para o Real. No entanto, quando o chairman do Fed (Federal Reserve – banco central norte-americano), Ben Bernanke, faz um pronunciamento e não anuncia o que todos estavam temendo, a apetite por risco toma conta e o dólar se deprecia frente às outras moedas, causando assim a volatilidade no mercado cambial.

Com isso, o dólar se supervalorizou de janeiro até o fim de agosto, quando atingiu o seu pico de R$ 2,45, no dia 21. A partir dessa data até o dia 24 de setembro, a moeda só depreciou frente ao real e voltou a valer R$ 2,20, subindo novamente nos últimos dois dias e chegando a R$ 2,24.

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De acordo com Adriano Moreno, analista da Futura Investimentos, “o câmbio que vai decidir as ações que vão subir e cair daqui pra frente”, afinal, isso já vem sendo mostrado nos últimos meses, com empresas que compram suas matérias-primas em real e exportam seus produtos em dólar tendo uma alta expressiva de suas ações, enquanto as que importam matérias-primas em dólar e vendem seus produtos em real estão vendo seus ativos despencarem. “Estamos vendo a economia lá fora melhorar e o dólar valorizar perante o real. Por conta disso, alguns países emergentes estão com contas fragilizadas, inclusive o Brasil”, afirmou.

As novas tendências
Segundo o especialista, estamos vivendo no Brasil uma rotação nova, de 2008 para cá, e, portanto, temas ligados à economia interna são as novas tendências, mas, para ele, é importante ficarmos atentos com a escalada do dólar, que já está deixando as empresas exportadoras muito atrativas. “O setor de Varejo e de Bancos merecem nossa atenção, assim como empresas exportadoras, cada uma pelo seu motivo”, disse.

Ainda de acordo com Moreno, a variável do câmbio está trazendo uma nova perspectiva no mercado brasileiro. “Empresas ligadas a uma dinâmica exportadora são muito beneficiadas com isso. Enquanto, o setor siderúrgico, que sofre muito com importação, passa a ganhar competitividade”, afirmou. “O câmbio que vai decidir o que vai andar e o que não vai andar daqui para frente”, finalizou.