As melhores ações para montar uma carteira com menos de R$ 10 mil

O segredo é não usar o mercado fracionário, mas sim escolher ações que custem até R$ 20 de empresas com bons fundamentos

Arthur Ordones

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SÃO PAULO – Não precisa ser rico para investir em ações. Muitas pessoas não sabem, mas é possível montar uma carteira rentável com pequenas quantias. Uma dica é não usar o mercado fracionário, mas sim escolher ações que custem até R$ 20 (R$ 2 mil pelo lote de 100), de empresas com bons fundamentos, diversificando o portfólio com pelo menos cinco ativos diferentes.

De acordo com analistas, o primeiro passo que o investidor deve dar é identificar o seu perfil, pois todos permitem o investimento em ações com pequenas quantias, mas são eles que vão ditar a estratégia da cada um. No entanto, o investimento em ações, de forma geral, já é mais voltado para investidores arrojados, pois o mercado acionário é de risco em todas as circunstâncias.

Um investidor com um perfil mais conservador ou moderado, mas que, mesmo assim, quer arriscar uma pequena parte de seus recursos na renda variável, deve montar sua carteira com ativos de cinco empresas sólidas, com bons fundamentos e que dificilmente irão quebrar em um futuro próximo, pois o investimento com essa quantia é mais voltado para o longo prazo. Esse investidor não deverá se preocupar com flutuações diárias e quedas de curto prazo, pois se a empresa for bem escolhida, tem grandes chances de seus papéis valorizarem ao longo do tempo.

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Conheça a seguir a melhor carteira para montar com R$ 10 mil, visando o longo prazo, de acordo com o analista-chefe da SLW, Pedro Galdi, e com comentários dos analistas Felipe Martins, Sandra Peres, Marco Barbosa e Bruno Piagentini, da Coinvalores:

Empresa Ticker Preço-Alvo Upside*
Suzano SUZB5 R$ 11,10 23,47%
CCR CCRO3 R$ 25,10 45,93%
Duratex DTEX3 R$ 16,60 42,49%
Gerdau GGBR4 R$ 17,30 1,47%
Anhanguera AEDU3 R$ 16,30 22,10%

*Upside com base no preço de fechamento da última quarta-feira (28).

**Os analistas da Coinvalores não fizeram a recomendação dessa carteira. Foram usados somente os relatórios que a corretora fez de cada ativo.

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O preço total gasto com a carteira, de acordo com cotações do fechamento da última quarta-feira (28), é de: R$ 6.824,00. Considerando os upsides da Coinvalores, até o final do ano o investidor poderá lucrar 26,61% com esse portfólio, terminando 2013 com R$ 8.640,00.

Suzano
A Suzano (SUZB5) é uma boa alternativa para entrar em uma carteira de ações com essa quantia limitada de recursos, segundo Galdi. De acordo com Martins, a companhia, apesar de estar com uma dívida elevada em dólar, que está sendo pressionada pela apreciação da moeda norte-americana perante o real, está agindo positivamente para reverter esse cenário ao se desfazer de alguns ativos e cortar investimentos. “Nós esperamos queda na alavancagem nos próximos períodos e, considerando que o lado operacional está indo muito bem, apostamos em melhoras para o lado financeiro e um desconto substancial entre suas ações”, afirmou o analista.

O preço-alvo da Suzano, de acordo com a Coinvalores é de R$ 11,10 até o final do ano. Levando em consideração o fechamento da última quarta-feira (28), de R$ 8,99, a corretora espera um upside de 23,47% no período. A companhia está com uma alta acumulada de 30,74% em 2013 até o dia 28 de agosto.

CCR
Outra ótima alternativa, segundo o analista-chefe da SLW, para integrar um portfólio montado com menos de R$ 10 mil é a CCR (CCRO3). Para a Coinvalores, a forte geração de caixa, com previsibilidade, e a proteção em períodos de pressão inflacionária são os destaques da companhia. “Não vemos o cancelamento do reajuste das tarifas de pedágio no estado de São Paulo como fator negativo dos papéis e reforçamos nossa visão positiva, em especial, por conta das oportunidades que surgem no setor de infraestrutura”, disse Felipe Martins.

O preço-alvo da CCR, de acordo com a Coinvalores é de R$ 25,10 até o final do ano. Levando em consideração o fechamento da última quarta-feira (28), de R$ 17,20, a corretora espera um upside de 45,93% no período. A companhia está com uma queda acumulada de 10,38% em 2013 até o dia 28 de agosto.

Duratex
De acordo com Galdi, a terceira companhia que deve compor a carteira é a Duratex (DTEX3), do setor de material de construção. Segundo Sandra Peres, analista da Coinvalores, no segmento de painéis, as conclusões dos significativos aumentos de capacidade deverão atender a aquecida demanda deste mercado, além da contribuição advinda do reajuste de preços feita em janeiro. “Os investimentos estratégicos na Tablemac (líder na fabricação de painéis na Colômbia) também reforçam nosso otimismo”, afirmou Peres.

O preço-alvo da Duratex, de acordo com a Coinvalores é de R$ 16,60 até o final do ano. Levando em consideração o fechamento da última quarta-feira (28), de R$ 11,65, a corretora espera um upside de 42,49% no período. A companhia está com uma desvalorização acumulada de 14,76% em 2013 até o dia 28 de agosto.

Gerdau
O analista-chefe da SLW recomendou também para o portfólio as ações da Gerdau (GGBR4). Segundo Piagentini, a companhia deve responder positivamente ao atual contexto cambial, sensivelmente influenciado pela possibilidade de diminuição dos estímulos na economia norte-americana. “Além disso, as recentes sinalizações do governo chinês de estimular a atividade econômica por lá, traduzem-se em manutenção dos preços do aço em patamares favoráveis”, disse Barbosa.

O preço-alvo da Gerdau, de acordo com a Coinvalores é de R$ 17,30 até o final do ano. Levando em consideração o fechamento da última quarta-feira (28), de R$ 17,05, a corretora espera um upside de 1,47% no período. A companhia está com uma queda acumulada de 3,09% em 2013 até o dia 28 de agosto.

Anhanguera
Por fim, Galdi indica a Anhanguera (AEDU3), do setor de educação, para compor a carteira com menos de R$ 10 mil. Peres, explicou que a companhia deverá continuar apresentando altas taxas de crescimento e diversificando seu mix de serviços ofertados, com destaque para os investimentos para ampliar sua presença em EAD (Ensino a Distância), como a confecção própria de vídeos didáticos e interativos, que devem impulsionar o avanço de suas margens operacionais. “Vale frisar que no começo de 2013 fora anunciada a fusão com o outro maior player do mercado, a Kroton (KROT3), que ainda se encontra pendente a aprovação do CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica)”, completou a analista.

O preço-alvo da Anhanguera, de acordo com a Coinvalores é de R$ 16,30 até o final do ano. Levando em consideração o fechamento da última quarta-feira (28), de R$ 13,35, a corretora espera um upside de 22,10% no período. A companhia está com uma valorização acumulada de 18,92% em 2013 até o dia 28 de agosto.